terça-feira, 16 de julho de 2013
segunda-feira, 15 de julho de 2013
A paixão de PI
foto de: A&M ART and Photos
|
Invejo-te os olhos de púrpura
amanhecer
quando te sentavas sobre as sombras da
madrugada
sem o saber sem o perceber
amanhã envio-te as cartas prometidas
com as flores desenhadas
ruas e prédios e penumbras fachadas
no jardim do silêncio à espera da tua
chegada,
Amanhã prometo regressar aos teus
braços
e a vela transatlântica é engolida
pela insónia cristalina das tuas mãos
amanhã
engolida toda a matéria disforme numa
equação desnecessária
proibida
cansadas?
maltratadas janelas com pequenos grãos
de areia...
e a vã maternidade dos recortes em
papel voando sobre ti,
Invejo-te os olhos
e as persianas dos teus olhos como uma
fotografia a preto-e-branco caminhando junto ao mar
transformas-te em alga adormecida
e desces pelo meu corpo até te
acorrentares ao meu peito aprisionado pelo medo...
invejo-te os seios perfumados como
estrelas tricolores suspensas na saudade
e percebo que passou por nós... imenso
tempo tempo demais...
Tempo perdido quando rectas paralelas
se encontram no infinito...
acreditas, não acreditas, meu amor?
a paixão de PI quando começa o vómito
de 3,141592654... no teu púbis onde desenho gráficos,
equações, máximos, mínimos... e os
zeros da função...
e a função alimenta-se dos teus
gemidos como vidros partidos sobre as flores das searas...
prometidas?
Invejo-te os olhos
e as tuas coxas com sabor a gaivota
estonteante...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
domingo, 14 de julho de 2013
Planeta vermelho
foto de: A&M ART and Photos
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Percebíamos que a nossa vida era um
imaginário baloiço
sobre o mar de esplanadas com lábios
de silêncio mergulhados em nadas...
percebíamos que da janela víamos os
cadáveres esqueléticos das murchas flores de sémen
e havia no pátio restas lágrimas de
luz com sabor a saliva ensanguentada
percebíamos que o amor éramos nós
disfarçados de velhos esqueletos
com cristais silábicos pigmentados nas
loucas chaminés ao longe olhando-nos
sentados sobre a cidade dos sonhos...
percebíamos que o desejo
aparecia nas clarabóias dos sótãos
onde se escondiam os amantes do Planeta vermelho,
Percebíamos que éramos nós quando o
guarda-fato ressonava nocturnamente
como abelhas dentro de uma colmeia
vagueando sobre os sorrisos da perdiz desnorteada
perdida na montanha descia-se até ao
rio
e um afogado homem vestido de medo
deitava a cabeça no teu colo de xisto
ouvíamos um leve suspiro
um finíssimo gemido com sabor a
Primavera
percebíamos que éramos nós
porque quando nos tocávamos
porque quando nos beijávamos
o odor das estrelas estrábicas caíam
sobre as searas verdejantes dos olhos de prata
carícias minguadas sobre os teus
cabelos de maré criança
menina dos Domingos que o calendário
absorve como insónias de papel,
E agora, meu amor por descobrir?
que farei quando abrir a porta da noite
entrar em ti sabendo que não entendes
a minha presença e a minha sombra
correm em cigarros invisíveis os
sofrimentos das árvores dos pássaros negros...
percebíamos que hoje éramos duas
vozes que o rio há muito engoliu
e sobrevivemos a olhar os baloiços dos
versos saltitando no quintal dos livros apaixonados
como nós
percebíamos... meu amor por
descobrir... que o Planeta Vermelho éramos nós.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Sítios com sabor a ardósia da tarde
foto de: A&M ART and Photos
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Um pouco de silêncio não faz mal a ninguém,
segredavas-me quando nos sentávamos sobre a pedra de xisto junto ao
rio, e ficávamos, apenas sós, e olhávamos um para o outro,
inventávamos desenhos, porque são mais belos que as palavras, e
assim, apenas nós, permanecíamos um em frente ao outro, de olhos
verdes para olhos castanhos, sem palavras, sem cortinados de fumo,
sem geometria descritiva, que às vezes, poucas, utilizávamos para
transformarmos a solidão em pedacinhos de insónia, e lá vinha o
eterno abraço... caía a noite sobre o teu doirado corpo,
percebia-se pelos teus seios os socalcos íngremes descendo a
montanha... até que os carris em aço entranhavam-se-te nas mãos
tristes, tuas, ao longe, ouvíamos um sonolento comboio com rota para
o Porto..., e adormecíamos como duas crianças no colo da inocência,
não percebi que chorasses, e sabia que a tua tristeza era real,
estava viva dentro de ti, eras como uma seara de trigo suspensa no
vento vindo do mar, um pouco de silêncio, não, a ninguém como
éramos espelhos côncavos dos jardins de Belém, ouvíamos o assobio
do rio em todos os finais de tarde, hoje, o mesmo silêncio, o mesmo
decalque do último final de tarde, o cheiro do teu corpo que sobejou
e permanece intacto nos arbustos perto do rio, e recordamos os sítios
com sabor a ardósia da tarde, a nossa tarde
Choviam-nos sílabas recheadas com marinheiros
embriagados, dizias que amavas todos os peixes, percebi por não ser
eu um peixe... que não me amavas,
Tu és diferente,
Porquê, perguntava-te,
Respondias-me que adormecíamos como duas crianças
no colo da inocência, não percebi que chorasses, e sabia que a tua
tristeza era real, estava viva dentro de ti, eras como uma seara de
trigo suspensa no vento vindo do mar, um pouco de silêncio, não, e
corações enublados avançavam pelas trincheiras do desejo, gemias
quando lias os poemas de AL Berto, como se estivesses a ser penetrada
por um vulcão de pétalas pintadas de encarnado,
Eu que era diferente,
Porquê?
AL Berto, sorria-nos enquanto inventávamos posições
sobre o colchão manchado de tinta permanente de uma velha caneta de
sexo,
Havia em nós,
O quê?
Havia em nós sítios de areias brancas, palmeiras,
ao longe, machimbombos rosnavam quando o avô Domingos com um cordel
os puxava pelas ruas, depois chegava a casa, cansado, abraçava-me e
tombava sobre a cama, como um sonâmbulo depois de passear-se pelos
rochosos sexos de sal que era cuspido pelo mar do Mussulo até que
uma criança, ele, em pequenas rotações, cambaleava e experimentava
o estado de embriaguez de algumas plantas, flores, pedras...
Que às vezes, poucas, utilizávamos para
transformarmos a solidão em pedacinhos de insónia, e lá vinha o
eterno abraço... caía a noite sobre o teu doirado corpo,
percebia-se pelos teus seios os socalcos íngremes descendo a
montanha... até que os carris em aço entranhavam-se-te nas mãos
tristes, tuas, ao longe, ouvíamos um sonolento comboio com rota para
o Porto..., e adormecíamos nos braços da tarde, éramos loucos,
diziam-nos..., loucos porque amávamos os corpos nus que dormiam
dentro dce nós,
Porquê?
O quê? Gemias quando lias os poemas de AL Berto,
como se estivesses a ser penetrada por um vulcão de pétalas
pintadas de encarnado,
Eu que era diferente,
Porquê?
(ficção não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Fui crescendo
foto de: A&M ART and Photos
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Fui crescendo como uma erva daninha
percorri oceanos invisíveis com
bonecos de pedra
fui ouvindo vozes misturadas com débeis
amanheceres
em lábios de gaivotas cansadas
fui crescendo
fui habitando o teu corpo de espuma
que dorme num cubo de vidro
fui teu
fui dele
fui...
vou sem regressar voando sobre os teus
cabelos de amêndoa...
fui crescendo até que o amor me
aprisionou aos teus abraços de água salgada,
Fui mendigo dormindo na calçada
fui poeta sem escrever
leitor
carcereiro onde havia livros em prisão
perpétua...
Fui poeta
leitor desgovernado debaixo dos
plátanos emagrecidos
fui banco de jardim onde te sentaste
e beijaste
a mim
crescendo,
Fui habitante do teu coração
onde brincávamos com as palavras das
marés de Sábado à noite
fui crescendo
crescendo...
sem escrever no teu corpo versos de
cacimbo
entre o som dos mabecos e os pobres
telhados de zinco...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
sábado, 13 de julho de 2013
Sesini ve dudaklarınızı dayandırarak ediyorum ...
fotoğraf,A&M ART and photos
|
*
Sesini duyduğum dayandırarak ediyorum
size asla sözlerin bana deli gibi aşık
hiç okumak
veya okumak için planı ...
Ben özlem metaforik uçuruma karşı gidiyorum
zaman göğüs bir hançer sessizlik sopa ...
göğüs çiçek ... şimdiye kadar benim parmak söndürülür
uyumak için bir fırça olarak ... kirli su bir kavanoza daldırma
korku döner
açık sabah çizimler
ağzınıza yemek
Bilmiyorum ...
Eğer öptü asla
sizin öpüşme gibi hissetmiyorum ...
kuş öpücük neden
sabah kasvet üzerinde martılar ve hayaletler kum ...
*
Sesini dayandırarak ediyorum
ve dudaklar ...
*
Ne kadar okumak
Okumayı düşünmüyoruz
yazmak
ya da gece siyah giymiş zaman aşağı çekmek ...
ben ... Saçınızın besleyici olarak Mart Lokumu ..
*
Bu yemek asla
veya ... sevgi dolu.
*
(düzeltilmemiş)
@ Luis Francisco Fontinha
Sesini duyduğum dayandırarak ediyorum
size asla sözlerin bana deli gibi aşık
hiç okumak
veya okumak için planı ...
Ben özlem metaforik uçuruma karşı gidiyorum
zaman göğüs bir hançer sessizlik sopa ...
göğüs çiçek ... şimdiye kadar benim parmak söndürülür
uyumak için bir fırça olarak ... kirli su bir kavanoza daldırma
korku döner
açık sabah çizimler
ağzınıza yemek
Bilmiyorum ...
Eğer öptü asla
sizin öpüşme gibi hissetmiyorum ...
kuş öpücük neden
sabah kasvet üzerinde martılar ve hayaletler kum ...
*
Sesini dayandırarak ediyorum
ve dudaklar ...
*
Ne kadar okumak
Okumayı düşünmüyoruz
yazmak
ya da gece siyah giymiş zaman aşağı çekmek ...
ben ... Saçınızın besleyici olarak Mart Lokumu ..
*
Bu yemek asla
veya ... sevgi dolu.
*
(düzeltilmemiş)
@ Luis Francisco Fontinha
traduzido para Turco por: Abdullah
Bahadır
Me vou alicerçando à tua voz e aos teus lábios...
foto de: A&M ART and Photos
|
Me vou alicerçando à tua voz que
nunca ouvi
apaixonei-me loucamente pelas tuas
palavras que nunca
que nunca li
nem pretendo ler...
Me vou contra o abismo metafórico da
saudade
quando um punhal de silêncio se espeta
no teu peito...
no teu peito em flor... que nunca
saciou os meus dedos
como um pincel em modo de pausa...
mergulhado num frasco com água suja
que se transforma em medo
os desenhos límpidos da manhã
comem a tua boca
que não conheço...
que nunca beijei
que não me apetece beijar...
porque não beijo pássaros
gaivotas e fantasmas de areia sobre a
penumbra madrugada...
Me vou alicerçando à tua voz
e aos teus lábios...
Que nunca li
Que não pretendo ler
escrever
ou desenhar quando descer sobre ti a
noite vestida de negro...
me vou... alimentando dos teus cabelos
como Delícias do Mar...
Que nunca vou comer
ou... amar.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Poéticos e melódicos
foto de: A&M ART and Photos
|
Escrevi-te imensas vezes enquanto percebi a tua
ausência, elas, as palavras que dormiam no papel perfumado,
amontoavam-se sobre a mesa da sala de jantar, e quando chovia, da rua
chegavam até nós pequenas migalhas de lágrimas, havia poéticos
sons suspensos nas paredes encarnadas do velho apartamento da rua das
flores, inventavas-me quando eu nunca existi para ti, ou em ti, ou
dentro de ti,
Era um homem só, tu dormias incessantemente como se
fosses o sono, e apenas em frente ao espelho do guarda-fato,
confessavas que me amavas,
Amo-te meu querido,
Nunca acreditei nas nuvens, nem nas flores que davam
o nome à rua onde habitávamos, nem nas palavras que ia deixando num
pequeno post-it, tinhas nas olheiras os livros deixados na casa de
Favarrel, dançavas quando te sentavas sobre o meu colo rochoso,
imaginava-te como gaivota ensaiando voos na claridade do espelho da
vaidade, vestias-te como um príncipe eterno de mãos canelares e
braços adormecidos pelo vento desgovernado que regressava de ontem,
Amo-o,
Não sei o que foi o amor, perdi-te enquanto
dormíamos num quarto de pensão inventado nas catacumbas do
silêncio, ouviam-se os sons melódicos da menina de sorriso
(o mais lindo sorriso)
Chique e bela, como, amo-o, chique e bela como as
ondas quadriculadas do mar que brincava no caderno de matemática, o
sorriso engraçava-lhe as curvas crepusculares do corpo esculpido no
desejo, sobre o pedestal do velho mar, uma língua de areia com
sonhos de solidão desciam-lhe do cabelo camuflado por alguns
poemas..., (o mais lindo sorriso), as imagens reflectiam-se-lhe nos
seios de pétala branca, sobressaiam-lhe as sombras do soutien de
papel que retirava e deixava simplesmente cair sobre as pequenas
gotículas de suor, havíamos combinado resistir à tentação de
sermos absorvidos pelo oceano..., levado, comido, nas ondas sem
currículo, e mesmo assim, resistimos ao fantasma com olhos de
cristal,
Amo-te meu querido,
Chique e bela, o sorriso... o mais brilhante do
eterno desejo, amo-o, e da rua das flores, hoje, ela, o perfume, as
gotículas de suor entre as ranhuras das pequenas pedras da calçada,
ela é bela, ela é... e ele entre o primeiro
Amo-o,
E
E ela depois do segundo sorriso..., chique e bela,
de sorriso semeado em lençóis de linho, havia uma estrela, bordada
pelas mãos dele, enquanto, ela, ele, semeavam suspiros à janela da
noite...
Amo-o, amo-a, desejando-os como telas clandestinas
no cavalete de um pintor, louco, estrábico..., ele e ele, ela,
Amo-os,
Chique e bela, como todas as madrugadas dos teus
olhos, poéticos e melódicos...
(ficção não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Veneno
foto: A&M ART and Photos
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salivas-me às gotículas meninas da
árvore da tempestade
sabia-te mergulhada nas fantasias
mistas dos vidros das portas ensonadas
como mentiras envenenadas
pelos fotões invisíveis da pele
sílaba que rompem dos teus grossos lábios
de simples tiras finas de cascatas em
vibração até terminarem no rio do desejo criança...
envenenas-me com o teu olhar mesmo
sabendo eu que sou uma pedra
uma rocha mingua nua e contígua à
claridade da cidade adormecida
e dos livros de chocolate
adivinham-se-me tentáculos de silício entre raízes nocturnas,
Ruas com cérebro de teias de aranha
“putas” descabidas nas
profundidades da carne apodrecida
velhos rezando o terço enquanto uma
flor se masturba nos infinitos versos sem sentido
porque diz-se hoje aquilo que amanhã
deixa de existir
escrevem-se palavras vindo depois
desdizer-se como não escritas
e os olhos testemunham os silêncios do
pedestal
onde habitas como estátua
e choras porque hoje é sábado e todos
as horas morrem depois da tarde entrar em ti,
Os teus orgasmos descem da lisa pele de
uma imagem a preto-e-branco
como ontem dizias-me que a loucura
entrava-nos depois de rolarmos calçada abaixo
e o Tejo abraçava-nos e o Tejo
ouvia-nos na escuridão dos veleiros ensanguentados
a enrolarmos charros de areia e
sentávamos-nos sobre as pernas de um vulto à procura
de pálpebras e corações
apaixonados...
um petroleiro entrava em ti e de mim...
e de mim fios de sémen suicidando-se
na árvore da insónia
como panos de chita à volta das tuas
coxas de menina perdida no rio da noite...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
O veneno do amor
foto: A&M ART and Photos
|
Sentia-te nos meus pobres sonhos como
uma andorinha
sabia-te dentro de um círculo de luz
sentindo-te camuflares-te a mim ente
poemas e versos
palavras e conversas sem
significado,,,,
encontrava-te nas veias a saliva da
manhã
quando acordavas nos meus braços
despedidos do ontem
amava-te pensava eu
sabendo que os úmeros são conversas
de loucos
apaixonados por flores carnívoras em
dente de marfim
adorava-te como adoro o sol a noite e
os orgasmos dispersos como manhãs...
e tu nos meus braços
desaparecias como testemunhas de
cadáveres envenenados pelo amor...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
sexta-feira, 12 de julho de 2013
e tu desapareces nas asas... do silêncio
foto: A&M ART and Photos
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Silêncio
liberdade de ter
e não possuir
silêncio
quando acorda a solidão
e a triste insónia
mergulha
afável
nas tuas coxas de água salgada
silêncio
quando o teu corpo é pó
deambulando entre os crucifixos em
madeira
e sorriem enquanto fazemos amor
e olhas-me como se eu fosse um pincel
de areia
sem lábios nem pálpebras
quando semeadas na esfera do desejo
silêncio... que te vou amar
silêncio
liberdade de ter
e não possuir
silêncio
transformado em voo nocturno sobre os
pássaros do teu púbis...
silêncio cansaço em trapézios de
transversais seios dispersos no teu corpo
e da alvorada
nada
possuir-te nas mãos encardidas pelos
beijos da tua sagrada boca
silêncio porque ao desejar-te
todos os vidros
estilhaçam
partem
em finas películas de dor
e tu desapareces nas asas... do
silêncio
amor
pequenas palavras no equilíbrio da
madrugada
há silêncio
não há louco ou louca ou pássaro...
apenas penugem e silêncio vento em
teus cabelos cinzentos
amor... do silêncio
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Veda
bana hiç dönüşlerinde söz
beslenen bana kalpleri kum
göğsüne şiirsel guardavas ... o ve küçük yaprakları
bana söyledi her yılın sonunda ölen tüm takvimler
ve öper bu.
küçük buluşlar yetiştirilmiştir
kağıt kanatlı çocuklar vardı
ve gizli arka bahçelerinde oynayabilir
ve veda ...
Ben muz bir grup bir önlük oturma ... ile son kez gördüğümde
sorrias
ve geri dönmek için asla kendimi absented ,
Kendinizi çocuklarla dolu düşünün
bir parkta bankta
çocuklarınızın bir (varsa) biz ne yaparken ... ya da slayt yanında
biz ağlamaklı dudakları bir dizi asılı uçurtma hayal ...
ve tüm aşağı gitmesi bekleniyor ikindi bulutları
Eğer deniz Vestias
boyun gelgit bağları ... ile
desenhaste sabah ışığında bir öpücük ...
ve arzu sonsuz uyanış doğru sola
uykuya düştü
ve şimdi sürekli ... Eski ahşap kasalar enkazı arasında da gölge deneyin ...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
foto: A&M ART and Photos........O amigo poeta, poesia bonita, eu sou a tradução turca.
Despedida
foto: A&M ART and Photos
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Prometeste-me viagens sem regresso
alimentaste-me de corações de areia
e pequenas pétalas poéticas que
guardavas junto ao peito...
dizias-me que todos os calendários
morriam no final de cada ano
e que os beijos
eram pequenas invenções dos crescidos
éramos crianças com asas de papel
e brincávamos em quintais clandestinos
e quando da despedida...
vi-te pela última vez com um bibe
sentada sobre um cacho de bananas...
sorrias
e eu me ausentava para nunca mais
regressar,
Imagino-te recheada de filhos
num banco de jardim
ou junto ao escorrega enquanto uma das
tuas crianças (se as tens) fazem o que fazíamos...
sonhávamos com papagaios de papel
suspensos num cordel de lábios lacrimosos...
e esperávamos que descessem todas as
nuvens dos finais de tarde,
Vestias-te de mar
com laços de maré ao pescoço...
desenhaste um beijo na luminosidade da
manhã...
e parti em direcção ao infinito
despertar dos desejos
adormeci
e hoje incessantemente... procuro a tua
sombra entre os destroços dos velhos caixotes em madeira...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Os sonhos invisíveis das praias do abismo
foto: A&M ART and Photos
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Acreditava que eras uma pedra polida
vagueando entre silêncios e montanhas de desejo
descias as escadas em caracol até
adormeceres sobre os lençóis de mar
onde se escondiam braços de amor e
beijos desalojados
começavam as chuvas frias que
encobriam a tua pele castanha
como cerejas dentro de uma boião
perdido no centro de uma cidade,
Amavas-me loucamente como se amam as
gaivotas e os ventos de Nortada
ouvíamos as luzes dos guindastes de
aço a romperem os verdejantes jardins da Ajuda
e dormíamos enrolados na neblina do
amanhecer
e ninguém nos Ajudava...
havíamos descoberto as pedras da
calçada como se fossem cobertores cinzentos...
Havíamos descoberto os sonhos
invisíveis das praias do abismo
como se fossem cigarros de brincar
em dedos fictícios alimentados por
laços de papel...
havíamos... acreditava que eras a
noite quando voavas sobre as velas de linho
dos veleiros em madeira e cansados
sobre a mesa da sala...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
terça-feira, 9 de julho de 2013
A cidade dos cães
foto: A&M ART and Photos
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Solicitavas-me nos dias proibidos
escrevias o meu nome nas pedras ímpares
da cidade dos cães
misturavas sílabas indefesas com
folhas de laminado xisto
a preto-e-branco um rio pertencia a uma
imagem adormecida no amanhecer sem relógios
solicitavas-me quando ainda todos lá
de casa brincavam
sonhavam
acordados porque tinham sido picados
com gotas de insónia
que o vento trazia do outro lado da
planície,
Éramos putos governados por esqueletos
de palha
conforme rangiam as vidraças dos
corações de centeio
amávamos-nos entre árvores e pincéis
mergulhados em tintas alimentadas com pequenas luas
que a alvorada deixava ficar debaixo da
tenda do circo
corríamos de terra em terra
em busca do prazer carnal como cegonhas
viciadas em jejuns de areia...
e corpos masculinos estampados nas
paredes cinzentas do amor
que os pequenos cigarros iluminavam as
noites envergonhadas dos lençóis imaginários,
Solicitavas-me do preto desejo que o
teu espelho acorrentava
quando as tuas coxas eram o fim de mais
um dia de transbordo e vãos de escada
que subíamos e aterrávamos num sótão
com lentes de marfim e dentes de âncoras em correntes de doce
chocolate
vivíamos o amor num círculo
trigonométrico
entre senos e cossenos... depois das
tangentes que os teus seios desenhavam no meu dorso de cristal...
um ângulo perdidamente apaixonado...
voava em direcção ao mar
e a cidade dos cães escondia-se entre
os cortinados das tuas coxas...
em pequenas açoitadas flores com olhos
verdes que me beijavam quando entrava em nós a escuridão dos dedos
testiculares da madrugada...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
segunda-feira, 8 de julho de 2013
As auras mãos de menina
foto: A&M ART and Photos
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Vejo as faúlhas da parvalhice, sinto das auras mãos
de menina, o doce perfume da mulher desiludida, com o marido, com os
filhos, com os vizinhos, com os políticos..., comigo, com ele, ou
com o amante, sinto-lhe a leveza vassalagem a transbordar a alegria
de pálpebras negras, e empobrecidas, falta-lhe o amor, falta-lhe ser
amada, desejada, possuída... sobre as toalhas vadias das tempestades
de Agosto,
(assobiam os manifestantes contra a ausência de
amor)
Crescem pétalas de amor como de lixo existe nas
ruas, há muito amor, este ano, para dar, oferecer e vender, este ano
tudo se oferece, e tudo é possível de concretizar, as auras de
menina, o doce perfume da mulher acabada de o ser, finge ter um
marido ausente, caminha pelas encostas cegas dos socalcos
abandonados, imagina um rio feliz, imagina um homem a comandar esse
rio, e apenas com um sorriso nos lábios, ele, ele desancora o
casebre em ruínas, dissimuladas canções escritas em paredes de
areia, velhas cortinas em janelas de madeira, tudo arde, e ele corre
até entrar nos orgasmos clandestinos das eleições que se
avizinham, alguns, precocemente, já ejacularam, outros, nem esse
prazer chegaram a sentir, porque é assim a puta da vida, quando se
quer, não se tem, às vezes, apostam no cavalo errado, por essa
razão comecei a apostar em ratos de capoeira, são destros, astutos
e sabem sempre o que fazer, alicerçam-se os caminhos até ao cimo
das escadas com vista para as nuvens, e tudo se perderá como um
simples grão de areia...
(assobiam os manifestantes contra a ausência de
amor)
Vejo as faúlhas da parvalhice,
Como são as borboletas?
Têm pintinhas nas asas, meu amor,
Como as ondas silvestres dos Oceanos mergulhados em
areia branca, uma voz de carneiro desaparece dos currais desabitados
e com telhas em cerâmica pintadas de verde alface, oiço os orgasmos
inconsequentes de alguns candidatos, e coitadas das mulheres que
descem e sobem a montanha da vaidade, infelizes, tristes como as mãos
do escultor, que tendo diante dele um pedaço de rocha, nada dali
sairá até que desçam todas as estrelas dos céus onde se escondem
os malabaristas do costume, e afins,
(não falo de política, porque me enoja a
sobrevivência de alguns)
Ela amanhava uns cabelos curtos, castanhos e com
alguns desenhos misturados com algumas frases inocentes,
deitávamos-nos sobre uma lago de sémen e olhávamos os edifícios
com braços longos e esguios, alguns deles, masturbam-se
intelectualmente e sem se aperceberem, os edifícios, deslizam rua
abaixo... até que o Tejo os apanha, os coloca no comboio para Cais
do Sodré, e depois, nasce a manhã em nós, e depois...
Têm pintinhas nas asas, meu amor,
E depois crescem pétalas de amor como de lixo
existe nas ruas, há muito amor, este ano, para dar, oferecer e
vender, este ano tudo se oferece, e tudo é possível de concretizar,
as auras de menina, o doce perfume da mulher acabada de o ser, finge
ter um marido ausente, ama o amante, e tem raiva às flores amarelas,
Porquê?
Pergunto-me se seria possível viver sem ti, sem os
teus carris, sem as tuas sombras, pergunto-me... e percebo, que há
sempre uma esplanada de amor à nossa espera, sempre, como as chuvas
depois do carregado céu com estrelas de papel, Porquê
Porquê o quê?
(não falo de política, porque me enoja a
sobrevivência de alguns)
Porquê o quê?
… se a cidade é tão bela, se a cidade tem um
coração de amêndoa e uma pétala poética e melódica... como as
palavras dos Fingertips..., como os pinheiros de Carvalhais, como as
algas na boca dos teus queridos peixes...
E amanhã
Porquê o quê?
E amanhã, logo pela manhã, serei odiado por alguns
sobrevivente raivoso porque este texto existe e é meu...
(ficção não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
O Castelo da Solidão
foto: A&M ART and Photos
|
Inventava cavernas na tua garganta
percorria as entranhas rochosas da tua
pele de cogumelo acabado de nascer
via na tua língua as migalhas de
incenso
trazidas pela insónia
inventava barcos no teu púbis como os
desenhos das gaivotas sobre os teus seios de silêncio
ao cair a noite sobre o Castelo da
Solidão,
Inventava um divã semi-nu em busca de
corpos crucificados pelo suor da noite
e das pedras as encarnadas palavras
copiando veias e artérias dentro do medo
vinha até nós a escuridão dos areais
cinzentos com plumas adormecidas
vinhas-me do espelho e dizias que eu
parecia uma lanterna poisada sobre um pedaço de espuma
que o teu nobre corpo degolava como
sílabas num texto embriagado
pela minha triste mão,
Sabias-me a neblina quando palmilhava o
teu corpo com os meus lábios
escrevia meros poemas em poucas
palavras de argamassa orvalhada
sentia-me entre dedos e marés
como ventos ciclónicos depois de
partir o último comboio para o Castelo da Solidão
puxava o último cigarro
e agarrando o último suspiro...
cerrava os olhos até adormecer eternamente só... dentro do teu
peito...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
domingo, 7 de julho de 2013
Se partires, partirás como sempre o desejaste, simples, simples demais...
foto: A&M ART and Photos
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Percebia pela forma do teu corpo que eras construída
de uma massa esponjosa, preenchidas as cavidades onde começaram a
habitar borboletas, abelhas e flores anónimas, vieram os plátanos,
o criador trouxe a luz e a noite, fez com que os plátanos se
sentassem em frente ao mar, havia suspiros de vento aqui e além,
pouca coisa, percebia pelos teus medos que pouco tempo permanecerias
perto do meu jardim, porque da eira chegavam as abrasadoras palavras
como brasas em insónia na lareira da casa de Favarrel, olhava-te nas
poucas palavras que te escrevi
E
Pouca coisa, em três ou quatro linhas,
E depois vesti-me, saí de casa pensando que te
encontraria sentada no colo dos plátanos, não era verdade, o meu
sonho tinha-se destruído como acontece com as teias de aranha,
quando alguém lhes toca, e desiludem-se os corpos mergulhados em
fenol,
E,
E pouca coisa, em três ou quatro linhas, curtas e
magras, despedi-me de ti...
Olhavas-me nas poucas palavras que me escreveste,
percebia pela forma do teu corpo que seria o fim, uma anunciada
despedida, e das esponjosas cavidades, inutilmente desejadas pelos
desconhecidos novos habitas de ti, partiste sem dizer até amanhã,
Parti sem dizer nada, lançando-me do cimo do
Inverno... até encontrar uma Primavera de claridade, até perceber
pela forma do teu corpo..., que havia uma outra estrada paralela à
que deixamos adormecer,
Hoje
E pouca coisa,
Hoje olho-te nas poucas palavras que pensava ter-te
escrito e que dou-me conta, nunca o fiz
Porquê?
Coisa, pouca, quase nada, porque a morte se apressa,
e a vida se esgota como pequenos silêncios nas mãos de uma flor, a
morte vai levar-te, tal como a mim, e depois, encontrar-nos-emos
entre o Jardim Doutor Matos Cordeiro e o infinito, fumaremos cigarros
inventados e conversaremos de coisas banais, o relembrar de memórias,
pequenas longas histórias, palavras deixadas cair nas minhas
confidências que me ouvias... e falávamos, e fumávamos, e
bebíamos..., se partires, partirás como sempre o desejaste,
simples, simples demais,
Hoje,
Percebia pela forma do teu corpo que eras construída
de uma massa esponjosa, preenchidas as cavidades onde começaram a
habitar borboletas, abelhas e flores anónimas, vieram os plátanos,
o criador trouxe a luz e a noite, fez com que os plátanos se
sentassem em frente ao mar, havia suspiros de vento aqui e além,
pouca coisa, percebia pelos teus medos que pouco tempo permanecerias
perto do meu jardim, porque da eira chegavam as abrasadoras palavras
como brasas em insónia na lareira da casa de Favarrel, olhava-te nas
poucas palavras que te escrevi, e que ele sabia da tua existência,
Meu Deus, quantas noites ele passou a ouvir os meus
lamentos, quantas noites vimos nascer o sol, e esperávamos o
regresso do mar, que ainda hoje,
Porquê?
Porque a vida é assim, uns partem e regressam,
outros partem sem nunca mais regressar..., e tu, e eu, um dia,
viveremos entre um banco de jardim e o infinito amanhecer..., se
partires, não deixes que te encerrem as janelas viradas para o mar,
e nunca, nunca deixes de olhar as rochas... e os barcos de papel como
gaivotas a virem comer nas tuas mãos.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
E uma mão escreve na parede dos teus lábios as canções desesperadas
foto: A&M ART and Photos
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Submergem de ti os pequenos silêncios
da alvorada
abres as pálpebras embebidas nas
lágrimas da insónia
mergulhas em mim como um arbusto
suicidado no rio do desassossego
sinto-te fervilhar como uma gaivota em
cio
sobrevoando os socalcos imaginários da
encosta montanha
e da tua boca
os pequenos gemidos
latidos contra o muro em betão que
separa o cais do amor da sulfurosa água da fonte velha,
Oiço-o como se vivessem em ti os
braços espetados no dorso magoado da árvore do desejo
e depois da janela partida os vidros
esperam a chegada do vento
e uma mão escreve na parede dos teus
lábios as canções desesperadas
dores inventadas no teu coração,
Submergem de ti os pequenos barcos do
louco marinheiro...
e as ondas púrpuras que os teus olhos
alimentam
descem do corpo cerâmico... como as
tempestades de areia
nuvens de chocolate...
ventos desconformes
assim como o divã onde nos deitávamos
depois de poisar o Sol sobre as tuas
canelares flores de papel...
assim como um orgasmo supérfluo no
esqueleto nocturno do extinto Luar.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Porque és a noite à procura do desejo
foto: A&M ART and Photos
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Porque és a noite
ofereço-te todas as minhas forças
dou-te os meus braços
desenho-me nos teus seios
porque és a noite
invento-me nos teus lábios
e saboreio a tua doce boca de cereja
adormecida...
porque és a noite
saio de mim
do meu corpo
e voo... voo como um milhafre à
procura do desejo
que se esconde no mar.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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