segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Círculo de luz
Quando te ris e desenhas no meu olhar
Um círculo de luz com
olhos verdes,
Quando te ris e escreves
no meu olhar,
Amo-te,
Quando te ris, meu amor…
E poisas no meu rosto,
A tua mão,
E eu, aprisiono-a e finjo
que durmo…
E finjo que os meus olhos
são o mar.
25/10/2023
sábado, 21 de outubro de 2023
Lábios de saudade
Um pedaço de mim és tu
Um pedaço de mim é o teu
sorriso
É a luz dos teus olhos,
Um pedaço de mim,
Pertence-te,
Um pedaço de mim…
Voa,
Nos teus lábios de
saudade.
21/10/2023
terça-feira, 17 de outubro de 2023
Um outro amanhã
Chove,
São as lágrimas do teu
sorrir,
São as pétalas do Outono
em Inferno partir,
São o silêncio da manhã,
Chove,
São as sílabas das tuas
mãos em meu ser,
São nuvens de açúcar letrado,
Chove,
São as palavras do meu
escrever,
São o cardo,
São o sono…
De um outro amanhã,
De um outro viver.
17/10/2023
sexta-feira, 22 de setembro de 2023
Acordar
Que o teu sorriso
Seja sempre o sol de cada
manhã
Quando acorda
Que o teu sorriso
Seja sempre o poema
Em cada dia
A cada poesia.
22/09/2023
sábado, 8 de julho de 2023
Desenho sem sentido
Desenho um abraço
Em silêncio abraço
Nos olhos da Lua
Dos olhos do mar,
Escrevo um sorriso
Nos lábios do Sol,
Em silêncio sorriso…
O abraço desenhado,
Nos olhos da Lua…
Desenho o tempo
Em perfeito juízo
O abraço desejado
Do abraço prometido
Sentido…
Na fimbria madrugada,
Desenho o poema
Do sofrido poema
Nos olhos do mar
Em silenciado sorriso…
Deste poema amargurado
Triste…
Neste poema sem sentido
Quando da noite…
O silenciado abraço,
Morre…
Nas mãos do Luar.
08/07/2023
Francisco
Coisas
Há quanto tempo
Há quanto tempo tantas
coisas
Que já nem sei…
Há quanto tempo
As coisas
São coisas,
Há quanto tempo
O Sol não acorda de manhã
Há quanto tempo
O desenho de um abraço
Não cresce na minha tela,
Há quanto tempo
Há quanto tempo a Lua se
veste de tristeza
E a tristeza
Se pigmenta de Lua,
Há quanto tempo
Há quanto tempo não
desenho um sorriso no mar
Há quanto tempo
Há quanto tempo não
consigo sonhar.
08/07/2023
Francisco
domingo, 9 de abril de 2023
A flor da liberdade
Habitamos dentro deste labirinto
Frio e escuro
Onde desenhamos no corpo
o desejo
Quando escrevemos no
corpo
Cada silêncio que a noite
alicerça sobre o mar,
Habitamos dentro deste
labirinto
Sem janelas
Com portas e frestas
Quando chega a nós
A louca Primavera,
Quando regressam a nós
Os gladíolos de uma noite
em tórrida paixão
E quando dos teus doces
beijos
A tua mão distrai-se na
minha boca
Insígnia da madrugada,
E podia terminar a noite
E recomeçar outra noite
Habitamos dentro deste
labirinto de noites
Que apenas o prazer e o
silêncio
Sabem fotografar depois
do luar adormecer,
E dos teus olhos
Quando acordam as
primeiras lágrimas da manhã
E num sorriso de luz
Uma criança te oferece a
flor mais bela que o silêncio pode cultivar;
A flor da liberdade. A
flor de amar.
Alijó, 09/04/2023
Francisco Luís Fontinha
domingo, 29 de janeiro de 2023
Sorriso
No sorriso de uma criança
Cresce uma flor
imaginária,
Invisível como a lua em
dias de silêncio,
Que conta estórias em
pedacinhos de mar…
Do sorriso de uma
criança,
De todas as crianças,
Acorda o sol desenhado
por Deus,
No sorriso de uma
criança,
Brincam as manhãs…
Todas as manhãs,
Que uma criança,
Transporta no olhar.
Alijó, 29/01/2023
Francisco Luís Fontinha
terça-feira, 29 de novembro de 2022
Olhos de amar
Desenho-te neste
triangular silêncio
Que a luz
escreve no meu corpo
Oiço-te em
gemidos
Declamares os
meus poemas
E descanso no
teu sorriso.
Desenho-te sem
saber desenhar
E escrevo na tua
mão
Sem saber escrever
Mas invento o
vento
No teu saber.
Morro.
Cruzo os braços
dentro desta urna invisível
E das minhas
lágrimas
Em partida
Vêm a mim as
estrelas adormecidas.
E parte de mim
O rio onde me
afogo;
Tenho medo
Que a noite não
regresse mais
Aos meus lábios
insaciados na tempestade.
Desenho-te neste
quadro sem nome
Em fúria que
desce a montanha
Onde poiso as
cores do Outono
E uma ardósia de
sono
Prende-me aos
teus olhos de amar.
Alijó,
29/11/2022
Francisco Luís
Fontinha
terça-feira, 15 de novembro de 2022
Pincelado sorriso
Não preciso de
flores
Não quero
chocolates
Não preciso que
o sol nasça em cada manhã
Não preciso de
palavras
Não preciso de
flores
Do mar
Ou que a noite
se esqueça de mim
Não preciso da
lua
Do luar
Não
Não preciso de
flores
Apenas preciso de
um pincelado sorriso nos teus olhos
Alijó,
15/11/2022
Francisco Luís
Fontinha
domingo, 13 de novembro de 2022
Este mar salgado
Visitas-me enquanto ardem na lareira os pequenos pedaços de sono, na parede da sala, as minhas mãos envenenadas pelo mar salgado da infância, olham-te, e percebo que me morres a cada mínimo cansaço da manhã,
Curiosamente,
O vento leva-te de mim à velocidade
de um simples olhar,
E olho-me no espelho
silenciado das palavras que sobejam das janelas entreabertas e que nos
transportam para as noites de paixão.
Define-me paixão.
Uma pedra preciosa nas
mãos de Deus.
Não percebi, mas acredito
que o mar começa a correr para as montanhas e que os pássaros que poisam sobre
as árvores são apenas sombras em papel.
Um olho de vidro,
come-nos, como nos comeu a serpente que todas as manhãs de Primavera entrava em
nós e nos libertava da escuridão,
A escuridão dos teus
lindos olhos de pequenino incenso,
Abro-te e beijo-te,
enquanto me aprisiono às cortinas de espuma que o mar trouxe e que voaram sobre
o teu cabelo,
Sou omnipotente,
Enquanto me mato desta
janela de vidro,
Oiço-te,
E beijas-me.
Então, sabendo que sou um
crucifixo de medo, que transporto nos braços as algemas da timidez, beijo-te, e
dos meus olhos pincelados de mar, transformo-me num barco que beija, transformo-me
num barco que ama, transformo-me num barco que arde nos teus lábios,
Como assim, barco?
Um barco que foge da
multidão,
Sentindo o medo de que
esta lareira em paixão se extinga, e que sendo um barco, a luz diáfana da
madrugada me embriague e me leve para ti, como esse pedaço de só que suspendes
na parede nua de uma sala nua de uma madrugada nua de um corpo nu,
O teu corpo, mergulhado
nos meus dedos.
Beijo-te.
Beijas-me e foges,
Enquanto tenho na
algibeira a pobreza e a melhor das riquezas,
Os meus olhos, meu
querido?
E pergunto-me,
O que têm os teus olhos
que os meus olhos não têm?
A paixão,
E que Deus nos perdoe,
Como dizem que perdoou,
Enquanto os meus lábios
mapearam cada milímetro quadrado do teu corpo travestido de seda púrpura e
lantejoulas envergonhadas,
Em que pensas, meu
adorado barco de insónia?
Nas metades da laranja
dos primeiros dias da semana,
E o fogo inventa em ti as
pobres migalhas que o pão deixou sobre a mesa, a mesma mesa onde descobriste
que as minhas mãos eram apenas poemas incendiados numa qualquer lareira que
traziam os teus braços ao meu pescoço, e
Como assim, barcos de
ninguém?
Sem nome, sem identidade,
sem palavras e sem destino
O sonho?
Porque são frias as
manhãs dos teus lábios, meu amor?
E porque choram, sim, e
porque choram as nuvens do teu cabelo?
Uma avenida engalanada
sempre que chove e sempre que chove,
Sem destino,
Este pobre menino de
porcelana falsificada pelas mãos do artesão que traz no peito os cigarros da
noite anterior e que tal como o barco
Arderam em ti como
camuflados cinzentos que o orvalho deixa nas escadas de acesso ao sótão.
Visitas-me enquanto ardem
na lareira os pequenos pedaços de sono, na parede da sala, as minhas mãos
envenenadas pelo mar salgado da infância, olham-te, e percebo que me morres a
cada mínimo cansaço da manhã,
Curiosamente,
Olho-me nessa parede de
sono,
E acredito,
E sei;
Sou apenas eu, o tímido e
envergonhado marinheiro de uma Lisboa mergulhada no falso oiro, nas falsas palavras,
nos falsos apitos em triste tesão
Como um cacilheiro de
cigarro na boca à procura de engate,
Entre os parêntesis dos
teus seios,
As minhas mãos erguidas
para Deus.
Oiço-te.
Porquê?
Alijó, 13/11/2022
Francisco Luís Fontinha
(ficção)
sábado, 15 de outubro de 2022
Dissecação de um poema
Poema – fotografia com palavras. Morreu de saudade, o poeta pega no bisturi da paixão e disseca a manhã que acaba de acordar. Dos lábios, em pequeno jeito, retira todos os beijos e poisa-os cuidadosamente sobre o papel amarrotado que o luar trouxe até à sua mão.
Depois de radiografar todas
as sílabas, retiradas todas as vírgulas e pontos finais, o poeta, pega nos
tristes parêntesis e coloca-os, não sobre o papel amarrotados, mas sim sobre a
secretária onde dormem os livros Lobo Antunes, AL Berto, Pacheco, Cesariny,
Cruzeiro Seixas e de um tal Fontinha, mas quanto a este último, como dizem que
é um pouco louco, o narrador nunca tem a certeza se os livros deste, quatro e
milhares de publicações no blog Cachimbo de Água, ainda jazem na dita
secretária; um dia estão aqui, no outro, ali, e às vezes, por aí.
O bisturi da paixão entre
traços pincelados de silêncio e sombras de desejo, em pequenas quadrículas,
começa por dissociar os lindos olhos da manhã que acaba de acordar das pestanas
cinzentas da neblina em fuga; dos olhos, o poeta, retira as imagens de um
qualquer luar que uma qualquer noite poisou sobre o mar, porque há sempre um
rio que corre para o mar, uma ribeira que correr para um rio, e claro, há
sempre um corpo no bisturi do poeta.
O sorriso da manhã que
acaba de acordar, agora já separado dos lábios, e acreditando que o poeta segue
todos os procedimentos de uma dissecação, suspende-se na janela do sonho, que
por enquanto, ainda pertence ao poema. E neste momento, o poeta ainda não sabe
que este sorriso lhe pertence.
Nos seios, o bisturi da
paixão, em pequenas incisões, deixa sobre eles a última vontade do poeta, e o
poeta, sem dar-se conta, transporta na mão pequenos pedacinhos de saliva que
sobejaram do beijo anteriormente retirado; somos instantes, pensou ele.
Mas nem só de seios é constituída
a manhã que acaba de acordar, e continuando a dissecação do poema, o poeta
dissecador, num movimento de dezoito graus Norte, coloca o olhar nas coxas
silenciadas pela alvorada, enquanto as estrelas, em pernoitada conferencia,
tentam chegar a consenso; dormir ou azucrinar a paciência ao poeta. Por
unanimidade, resolvem azucrinar a paciência do dito.
Dito isto, o bisturi da
paixão separa as pequenas gotículas de prazer alicerçadas à pele lisa e
desejada que cobrem a manhã que acaba de acordar e num ápice, como se acabasse
de desenhar um silenciado orgasmo no distante luar que acabou de acordar,
conta-as, cataloga-as, e depois coloca-as dentro de um pequeno frasco onde já
existiam três pedacinhos de sémen, uma madrugada que se tinha suicidado junto
ao mar, e claro, o rio que tinha fugido da montanha.
O poema deixou de
pertencer ao poeta e é imagem desassossegada do dissecador que um dia dirá que
Fui muito feliz sobre
esta pedra cinzenta.
Ou, existirá sempre um
pedacinho de mel nos lábios da manhã.
E como o poema é uma
fotografia com palavras, onde um corpo vacila sobre a ponte que apenas o sonho
consegue pintar nas nuvens cinzentas que às vezes poisam sobre o poeta, há um
sorriso que aos poucos se abraça a esta pequena fotografia e há palavras que
partem e nunca mais regressam. E há silêncios que se tocam sem perceberem que a
paixão, depois de descartado o bisturi, pois já não é necessário, se
transformam em desejo, depois em uno corpo crucificado na maré dos sonhos
envenenados.
Quando perguntam ao poeta
o que pensa da manhã que acaba de acordar e qual o resultado da dissecação, este
é sorrisos amortecidos, responde que… não penso nada e quanto à dissecação:
Depois de dissecado o
poema e analisado, concluo que o dito morreu de saudade.
Saudade – quando no mar
desenhado na alcofa de uma madrugada de cacimbo, sons de um pequeno rádio a
pilhas dança sobre os olhos verdes de um miúdo em soluços depois de perceber
que do tecto caem pedacinhos de geada.
E quando o paquete do
regresso entra Tejo adentro, o miúdo da alcofa vê sentado junto à Torre de
Belém um rapaz tímido, abraçado ao medo, que numa das mãos tem um livro e na
outra cigarros que o acompanharão até aos dias de hoje.
O barco aos poucos
aproxima-se da cidade, e o miúdo com a alegria de um miúdo que acaba de
acordar, sorri
Pai, um machimbombo!
Autocarro, filho.
Autocarro.
Desde então, nunca mais
consegui assassinar a saudade.
E já agora, caro leitor,
qual será a pena para um assassino em série de saudades?
A saudade vai. A saudade
vem.
O tempo passa.
Os machimbombos agora são
autocarros, e um amigo segreda-me que por eu ter nascido em Luanda, sou
Calcinha.
Autocarro, filho. Autocarro.
O poema é uma fotografia
com palavras. O poema é a imagem que apenas o desejo consegue desenhar num
corpo em fúria. O poema é silêncio. O poema é paixão. O poema é tudo e não é
nada. O poema é um pedacinho de mel. O poema é um pedacinho de mar. O poema és
tu, manhã que acaba de acordar.
Alijó, 15/10/2022
Francisco Luís Fontinha
sábado, 8 de outubro de 2022
Cinzas de crocodilo
Eramos muitos. Eramos loucos. Amávamos muito… hoje, somos pequenos pedacinhos de tecido suspensos nas nuvens da manhã, dos livros às cores garridas abraçadas ao branco tela, de um banco de jardim até aos longínquos passeios junto ao mar, e acabávamos sempre a noite a falar de Dostoevsky, o que provavelmente seria melhor do que falar de plantas ainda não nascidas,
A lareira erguia-se na
cozinha desarrumada e aos poucos, poemas, desenhos, começaram a alimentar as
lágrimas da mesma, ele, sorria de tanta felicidade; finalmente tudo o que saía
dele começava a fazer sentido,
Sorriam as cinzas à
janela do silêncio,
Eramos muitos,
E não sabíamos que das
grandes árvores do destino, que o acompanham desde menino, um dia
transportassem os cadáveres que hoje habitam nas manhãs de sábado, nas manhãs
de segunda-feira, nas manhãs de quinta-feira, e mesmo assim, ainda existem
algumas limalhas de aço que deixaram de responder aos apelos de uma nova vida,
Começamos então a semear
as cinzas sobejantes nas tardes junto ao mar,
Eramos muitos. Somos quase
nenhuns,
Amávamos muito… hoje,
pertencemos aos esquisitos, não alimentados pela escura noite que nos abraça em
cada pequeno silêncio, e as lâminas do desejo, hoje, são apenas lâminas do
desejo. Nos livros, encontrávamos as margens pequeninas de um rio, rio que hoje
é apenas saudade, e dos livros, sentíamos as poucas alegrias que a madrugada
nos proporcionava,
Agora mesmo,
Sentimos o corpo
desfalecer, somos instantes dentro de um túnel infinitamente louco e
apaixonado, e quanto às cinzas dos poemas, dos desenhos, dos tristes silêncios
que apenas a noite nos trazia, hoje parecem pontos de luz em busca da
eternidade,
Movimentam-se dentro de
nós,
Todas as estrelas do
universo, e de infinito em infinito, há sempre uma recta à nossa espera, está
cansada, grávida e infeliz,
O menino dos calções
cresceu, vive dentro dos livros de Dostoevsky, o menino dos calções deixou de
passear junto ao mar, porque o mar, como outros mares, morreram junto aos
rochedos da infância,
Uma lágrima solta-se do
sorriso do sol, então porque crescem as acácias neste jardim despovoado de
meninos?
E choram?
Como choram todas as
manhãs as minhas fotografias ao saberem que os poemas, os desenhos,
Cinzas.
E não sabíamos que um dia
regressaria o sono, e não sabíamos que um dia se esconderia o sol e a lua, mas
sabíamos que das cinzas dos poemas e dos desenhos… eramos muitos, eramos
loucos, e amávamos muito, e não sabíamos que de um lindo dia de Primavera nasceriam
as pedras cinzentas onde nos sentamos ao acordar.
E choram?
São cinzas, menino…
Cinzas das suas estórias,
porque acabávamos sempre a falar de Dostoevsky, como sempre, sentados num banco
de jardim, à espera de que a noite nos levasse,
E levou-os,
Hoje, somos instantes,
somos poucos à mesa, e desconhecemos se o infinito existe. Hoje já não somos os
meninos que passeavam junto ao mar, porque o mar morreu, porque o mar sou eu,
porque o mar já não é o mar,
Então, decidimos subir a
montanha,
Das cinzas, os beijos,
Nas cinzas, as lágrimas
do poeta,
Cinzas, menino, cinzas.
E mesmo assim, sabíamos
que as gaivotas, como todos nós, eram apenas instantes dentro de um cubo de
vido com fotografia para o Outono; cinzas, menino. Cinzas de crocodilo…
Até que o mar voou da pequena
alcofa levando o pequeno sorriso.
Cinzas, menino.
Cinzas de crocodilo.
Alijó, 08/10/2022
Francisco Luís Fontinha