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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Acordar

 

Bom dia       meu amor

 

Que o teu     acordar

Seja a luz do meu acordar

 

Que o teu olhar

Seja a           estrela da minha manhã

 

Que os teus lábios me olhem

E me digam           bom dia…

 

 

26/02/2024

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Mussulo

 Ofereço-te esta flor

Que aos poucos acorda neste poema

Ofereço-te esta flor

Sabendo que na planície acorda o cacimbo

E o cheiro do capim

Poisa na minha mão.

 

Brinco contigo

Pequenino charco de lama e saudade…

Que às vezes salta para cima do zincado telhado do musseque…

Aos poucos me afasto

Aos poucos escondo esta flor

Para te a oferecer,

Quando acordar a manhã,

E depois de um beijo no teu ombro,

Poiso-a docemente nos teus lábios.

 

Oferece-to esta flor

Logo que termine o poema

Como se os meus poemas tenham um fim,

Começo, e morte.

Como se os meus poemas

Fossem um pedacinho de terra fértil

Em pequenos sorrisos depois das chuvas.

Ofereço-te esta flor

Que aos poucos acorda neste poema

Ofereço-te esta flor

Sabendo que na planície acorda o cacimbo

E o cheiro do capim

Poisa na minha mão…

E ao longe, aceno ao Mussulo.

 

 

30/10/2023

sábado, 28 de outubro de 2023

Lábios de mel

 Desenho o fatídico beijo nos teus lábios de mel

Dos teus lábios poéticos

Do dia que não quer acordar

E no meu peito

Sinto os teus olhos de mar,

 

Desenho o beijo

Em teus lábios de mel

Manhã sonolenta

Manhã quase perfeita

Nas tuas doces mãos de seda,

 

Nas tuas doces mão de feiticeira

Quando desenho o beijo

Transparente

Leve como um pequeno suspiro

Quando inventas um sorriso,

 

Desenho o beijo

O fatídico beijo

Em teus lábios de mel

Nos teus lábios em desejo

Por palavras,

 

Sombras nos teus lábios

Beijo envenenado que desenho

Em teus lábios de mel

Em teus lábios de purpura insónia…

Quando a insónia é uma caverna de prazer.

 

 

28/10/2023

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Os teus olhos

 São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos que iluminam este túnel frio e escuro,

Que alguém apelidou de vida.

São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos que me servem o pequeno-almoço do desejo,

De olhar os teus olhos.

 

São os teus olhos, meu amor,

O primeiro poema da manhã, mesmo quando a manhã se esquece de acordar,

E os teus olhos me abraçam,

E os teus olhos me lançam ao mar…

São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos o primeiro ramo de flores que recebo, pela manhã,

 

 

 

26/10/2023

Diáfana maré

 Silêncio

Tuas mãos em meu rosto

Tuas mãos abraçadas ao meu coração

Teus lábios de Agosto

Quando o mar se veste de canção,

 

Silêncio

Quando o mar é a luz do meu amanhecer

E dos teus olhos recebo a manhã em despedida

Que não se cansa de crescer

Que não tem medo da partida,

 

Silêncio

Tuas mãos em meu rosto

Teu sorriso embriagado em maré diáfana

Meu silêncio desgosto

De ver partir a manhã profana.

 

 

 

26/10/2023

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Dia de chuva

 O que posso esperar

Depois de um dia de chuva

O que espero eu

Desta cidade envenenada

Nesta cidade de latidos

De gritos

De suspiros

 

O que posso esperar

Depois de um dia de chuva

O que me espera

Depois de um dia de chuva

Sentar-me?

Fumar-me?

Beber-me?

O que posso esperar

Eu

Depois de um dia de chuva

 

Depois de uma morte anunciada

O que posso esperar eu

Depois de um dia de chuva

Enquanto a noite regressa

Lentamente ao meu corpo

E espero

Que as estrelas em papel

Se transformem em mel

 

O que posso esperar

Depois de um dia de chuva

Quando os pássaros já dormem

E eu

Sei que não dormirei

 

Enquanto espero pelo que me espera…

Depois de um dia de chuva.

 

 

16/10/2023

domingo, 15 de outubro de 2023

Nuvem


 O cachorro não cessa de latir

A janela do quarto

Deixou de abrir

A chuva cai

A chuva traz vinho

E pão

Também

E às vezes

A chuva vai

Depois vem

E rima

Com ninguém

 

Ninguém à mesa

De alguém

Que já foi tudo

E hoje

E hoje entretém-se a comer chocolates

Coisas raras e boas

Castanhas assadas

E viagens sem fim ao fim-do-fim

Entre parêntesis

E a rima

E a rima com noite desgovernada

 

Que tinha não mão uma granada

E a rima

E pimba

A bala disparada

 

Contra o peito do magala

 

O cachorro não cessa de latir

A janela do quarto

Deixou de abrir

A chuva cai

A chuva traz vinho

E pão

E a chuva vai

E a chuva vem

Sem saber que do tecto cai

Que do tecto também

Uma nuvem sai…

E uma nuvem vem

Aos braços de alguém.

 

 

15/10/2023

domingo, 8 de outubro de 2023

Castelo

 

Sentamo-nos.

Suicidamo-nos com o fumo deste cigarro

Quando dispara sobre a manhã

A bala de prata.

Suicidamo-nos com as lágrimas do mar

E sentamo-nos nesta pedra cinzenta,

Velha,

Ferrugenta,

Sentamo-nos e suicidamo-nos pelo entardecer,

Junto ao rio,

Quando o teu corpo não se cansa de arder

E chorar,

O veneno que nos vai matar,

 

No verbo de escrever.

Sentamo-nos no chão com o odor do teu corpo,

Suicidamo-nos com as flores da Primavera…

Voamos para o castelo do silêncio,

Quando os teus lábios se transformam em pigmentos de luz…

Em pedacinhos de amanhecer,

E suicidamo-nos quando acordar o dia,

Quando o sol nascer,

E nos oferecer,

Ao pequeno-almoço…

Poesia.

 

Sentamo-nos.

Suicidamo-nos com o fumo deste cigarro,

Nutriente do meu corpo viver,

Sentamo-nos sobre esta pedra, esta pequenina pedra de veludo…

E suicidamo-nos com as primeiras lágrimas da manhã,

Nós

Sentados…

À espera de que o mar nos leve.

 

 

08/10/2023

sábado, 30 de setembro de 2023

Jardim sem nome

 Meu pedacinho de silêncio envenenado

Flor deste jardim sem nome

Minha insónia que não dorme

Neste meu corpo cansado,

Minha lua florescida

Ténue clandestina solidão

Que sofre em vão

Com cada noite perdida,

Meu pedacinho de tudo, flor deste jardim sem nome

Quando a manhã se levanta da tua mão

E poisa no meu coração

Este poema com fome.

 

 

30/09/2023

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Despedida

 Despeço-me dos teus olhos

Sem saber se os voltarei a desenhar

Nos lábios da manhã,

Despeço-me dos teus lábios

Sem saber se os meus lábios,

Um dia.

Sem saber se os meus lábios um dia vão escrever nos teus lábios…

Amo-te.

 

 

26/09/2023

domingo, 24 de setembro de 2023

Cubo de silêncio

 Pego no teu cabelo

Sonâmbulo acordar da manhã

Pego no teu cabelo e lanço-o ao vento

Como se fosse uma semente

Ou um pedaço do meu pensamento

 

Como se fosse um corpo que não sente

Indolor dentro deste pequeno cubo de silêncio

Pego no teu cabelo e lanço-o ao vento

Primeira lágrima da manhã

Que me mente

 

E me diz que não habita o sofrimento

Nos teus olhos de mar

Neste velho jardim com sabor a mágoa

Pego no teu cabelo

Pedaço de vinho

 

Neste cálice doirado

Pego no teu cabelo abençoado

Que voa sobre o luar

Sem perceber que na minha mão

Brinca o Outono

 

Pego no teu cabelo

Sonâmbulo acordar da manhã

Janela virada para o mar

Quando as algas são as Princesas da preia-mar

Que no teu cabelo eram crianças… crianças de brincar.

 

 

24/09/2023

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Acordar

 Que o teu sorriso

Seja sempre o sol de cada manhã

Quando acorda

Que o teu sorriso

Seja sempre o poema

Em cada dia

A cada poesia.

 

22/09/2023

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Lábios de mel



Nos teus olhos de mar

Nascem as púrpuras manhãs de incenso,

Dos olhos de mar

Acordam as madrugadas

E adormecem

Nos teus olhos de mar

As manhãs cansadas,

 

Aos teus olhos de mar

Regressam as gaivotas em papel

E as primeiras palavras do amanhecer,

Nos teus olhos de mar

Esconde-se a paixão,

O beijo…

E o desejo de beijar os teus lábios de mel.

 

 

 

17/08/2023

Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Manhã

 

Ergue-se sobre mim

A espada que o silêncio desenhou neste triste acordar

Erguem-se dos braços destas árvores

Que brincam no meu jardim

Os segredos do mar,

 

Ergue-se sobre mim

A manhã vestida de negro

Metáfora que o vento sabe esconder

Com tristeza e apego

As longínquas palavras de escrever,

 

Erguem-se e morrem sobre mim

As flores

Cadáveres em papel

Crianças de brincar

Erguem-se sobre mim… as lágrimas do luar.

 

 

10/08/2023

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Flor em tua luz

 Flor em tua luz

Cintilante madrugada de viver

Sempre ausente

Contente

Que mente

O pobre do poeta,

 

Das manhãs de Inverno

Sempre ausente

O mar da tua mão

Em tua mão sempre ausente

Contente

Sem ninguém o poeta sem ninguém,

 

Flor em tua luz

Da luz miserável das árvores do meu jardim

Nuvem cinzenta

Das tempestades

Nas tempestades

Do inimigo luar,

 

Flor de luz

Em teu cabelo ausente

Em mim também ausente

Entre quatro paredes

Junto ao mar

Dos lábios de mel

Teus olhos de mar.

 

 

01/08/2023

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Coisas da minha fé em vergonha

 

Isto,

Isto não é nada,

São riscos em pedacinhos de corrida,

São traços,

Dos abraços…

Que uma pobre flor

Semeia na madrugada,

 

Isto,

Isto não é nada,

São cores,

Em flores de papel,

São palavras,

Em geadas palavras,

 

Isto,

Não…

Isto não é nada,

São sombras,

Das coisas de ninguém,

Nos traços de nada,

Dos traços de alguém,

 

Isto,

Isto nunca poderá ser nada.

É uma janela,

Desenhada,

Nesta triste folha em papel…

Uma janela…

De nada,

Numa parede sem ninguém,

 

Isto,

Isto nada é,

Enquanto um outro eu,

Pertencer às manhãs que o mar lançou contra a maré…

De nada,

Isto é…

Isto,

Isto não é nada,

São traços,

São riscos…

São pedacinhos da minha vergonha,

Na vergonha da minha fé.

 

 

 

13/07/2023

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Palavras de um corpo

 O corpo extingue-se nas lágrimas do fogo

O corpo desaparece

E reaparece

Nos braços da madrugada,

O corpo finge

O corpo grita

Às estrelas de um doce olhar,

O corpo move-se

Contorce-se

E abraça-se ao vento

Quando o vento regressar

E novamente partir,

O corpo extingue-se

Dentro do teu corpo sempre que acorda a manhã,

O corpo escreve

Ao meu corpo

As palavras de um outro corpo,

Frágil

Doce

Meigo

Deste corpo que morre

Neste corpo quando se deita…

A triste noite ensonada.

 

 

 

07/072023

Francisco

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Para ti

 

Para ti

O primeiro beijo da manhã,

Para ti

O último luar da noite

Que se alicerça aos teus olhos de mar…

E aos teus lábios de mel,

Para ti

Um pedacinho da minha mingua luz…

A que me resta,

Para ti

O colorido desejo,

De desejar-te

E de amar-te…

Para ti…

Este desenho pigmentado de paixão…

Que espera…

Por ti.

 

 

 

05/07/2023

terça-feira, 4 de julho de 2023

Desejo

 

Há sempre uma manhã que nos ilumina

E uma noite que nos assassina…

Uma estrela que nos mata,

Há sempre uma manhã de silenciado olhar…

Num coração de chapa,

Há sempre uma manhã que nos ilumina…

No desejo de amar.

 

 

04/07/2023

Francisco