Mostrar mensagens com a etiqueta arte. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta arte. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Quase chuva os teus olhos meu amor



Quase chuva os teus olhos meu amor

Quase vida não vida a minha vida

Quase livro este livro onde me escondo

Onde durmo desassossegado


Quase flor este pedaço de papel

Quase lírio os lírios dos teus lábios

Quase dia do quase fim de noite

Da noite não noite


Da noite deste dia

Quase morte a minha vida

Quase janela este buraco na escuridão

Da quase madrugada 


Quase nada

O que sou

E o que nunca fui… Quase chuva os teus olhos meu amor

Este dia quase dia deste dia em dor 


terça-feira, 26 de novembro de 2024

13º aniversário do blog

 

Por lapso deixei passar o 13º aniversário deste blog.

Este blog foi criado em 2011 e a sua primeira publicação data de 20/11/2011 às 16:49 horas. (escorpião com ascendente em sagitário)

 

Peço desculpa aos meus leitores/visitantes por este lapso.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Aqui me escrevo, na pele branquida do teu rosto



Aqui me escrevo, na pele branquida do teu rosto para o chão na casa que depois da chuva

Cai tão rápido como a luz que esconde os teus olhos da minha mão plantada no sorriso de uma janela,

Aqui está a tua lentidão em desenhares um abraço no meu sorriso,


Aqui está a pele do poema que seduz o teu cabelo indiferente ao meu silêncio, sonolento, e que voa sobre o sombreado mar da tua boca, daqui está a janela

Que os pássaros tanto procuram

Aqui está a maré pobre e nua, embrulhada num pedaço de prata que traz a chuva, que enxota o vento,


Aqui está o sofrimento. Dízima madrugada de pequenas coisas laminadas e voláteis nos sorrisos de uma boneca de trapos,

Coisas que aqui se fazem e que aqui não se pagam, e nos teus olhos

Se a árvore tem pássaros ou se a árvore tem apenas, rosas.


Aqui está o poema, aqui estão as palavras que me escreves todas as noites, e que eu escondo sobre a minha secretária, dentro de um livro, (A Última Porta Antes da Noite, A. Lobo Antunes)

Aqui está o destino onde me escrevo, na pele branquida do teu rosto para o chão na casa que depois da chuva… o beijo.


sexta-feira, 20 de setembro de 2024

e ao longe o mar de verdade

 


Procurei-te entre ruas

e ruelas da cidade

fui ao mar

caminhei sobre a areia preguiçosa da tarde

procurei-te

e não encontrei os versos dos teus lábios

 

procurei-te

e ao longe o mar de verdade

hoje nos teus cabelos loiros (loiros com silêncios de castanho)

no vento

em seara de desejo

procurei-te

e encontrei o teu perfume

embrulhado no teu sorriso

 

fui ao mar

hoje

hoje de verdade.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Não sei quem és

 

desenho de Luís Fontinha.


Não sei quem és

se pedra

luz

ou nada,

 

não sei quem és

se prata

ouro

ou fachada,

 

não sei quem és

se poesia

palavras

ou a madrugada,

 

não sei quem és

se pedra

prata

luz

ouro

poesia

palavras

não sei quem és sombra da calçada.

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Marés de espuma

 


São marés de espuma

são as ausências do meu corpo

são as flores do teu cabelo

quando o mar me pertence

e só meu

escondo-o na mão.

 

São estrelas, são feitiços os teus lábios

são presépios de luz

sobre os plátanos da avenida…

São o pôr-do-sol os teus olhos

que se afastam dos meus olhos

quando o dia é Primavera.

Esse teu sorriso

 


Esse sorriso tímido, transparente como a chuva, invisível como o vento

Esse sorriso ausente, demente, esse sorriso viciado em noites mal dormidas, quando as estrelas são parêntesis na equação do desejo.

Esse sorriso mínimo, de menina ferida pela espuma dos dias, na ausência do silêncio

Esse sorriso cansado, esse sorriso triste, e imperfeito aos olhos de deus

Esse sorriso estrelar, como a água envenenada

 

Esse sorriso à procura do mel, esse sorriso na luz que traz as margaridas do amanhecer

Esse sorriso de poema

De ser

Um sorriso maldisposto no delírio da manhã

Esse sorriso

De ser um sorriso

No teu sorriso.

flor mais bela do jardim das estrelas

 


és a flor mais bela do jardim das estrelas

és a pedra mais preciosa de toda a riqueza da terra e da lua

és a palavra mais secreta do poema

és silaba

és metáfora embrulhada no teu doce olhar

és paz

paixão;

és a flor mais bela do jardim das estrelas que alegra o meu coração

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Dormir nos teus olhos

 

E se o amor acontecer em revisão contínua e a paixão em revisão periódica?

Como fica, o desvio padrão do desejo?

Ah, e as encomendas com fabrico e entregas sobrepostas?

Como será, amanhã, a procura?

E o stock médio, é ou não é uma algibeira de insónia à procura da noite?

 

Brevemente será noite, e o método do duplo lote será um caso simplificado da revisão contínua…

 

Depois,

É estimar a procura e dormir nos teus olhos.

desejar

 


desejo-te quando acorda a noite, e os teus olhos são estrelas

desejo-te quando a noite é um verso, e nos teus lábios brincam crianças de luz

desejo-te quando a noite é um crisântemo, e nas tuas mãos esconde-se o mar

desejo-te, que não me canso de te desejar

quinta-feira, 22 de agosto de 2024


 

Estás triste, sinto-o. Estás triste porque a flor do teu jardim, anda triste, sente-se muito só.

Estás triste, vejo no teu olhar, e percebe-se da tua voz,

Que estás triste.

Se eu ao menos pudesse fazer alguma coisa por ti…

Ou pela flor do teu jardim…

Mas eu seu poeta, e não posso fazer nada.

Apenas sei escrever

E semear palavras na madrugada.


alguns desenhos


 

 

São de silêncio as pétalas do teu corpo, meu amor.

Olho-te semi-nua, escrevo na tua pele, e desenho nos teus lábios,

O acordar do dia.

 

Lá fora, o sol já é poesia. Lá fora, um fino sorriso de sons e melodias,

Erguem-se a cada suspiro teu. Sento-me na beira da cama, e olho-te como se tu fosses o meu último desejo, antes de morrer.

 

Nunca mais tive insónias.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

 


A cidade fervilha de tesão angustia misericordiosa do silêncio.

A multidão em fúria migratória, erguem-se das sepulturas as almas desconexas, e convexas,

Deste tempo de ninguém.

Pára o relógio. Acorda a sílaba vaginal no púbis primaveril, o metropolitano em direcção ao teu corpo, fura-o, deseja-se e entranha-se nele, como se ele fosse uma serpente abraçada à floresta. Temos árvores, hoje para o almoço.

 

A cidade pinta-se de azul, teus lábios veneno, cicuta de quando os mordes, e me mordes com pequenas dentadinhas e sorrisos…

Esta cidade será eternamente o meu esconderijo. É a cidade das putas, e dos travestis, um rio que fode cada cacilheiro que se entranha nele, e troca a ponte pelo pôr-do-sol.

 

Espero-te, hoje.

a noite é a lua dos teus lábios

 


aqui, começa a noite, e aqui te espero

aqui percebo, que a noite é a lua dos teus lábios

que é veneno

na timidez do desejo.

 

aqui, começa a noite, e aqui fico suspenso

na lâmina de espuma que separa o teu corpo

da minha mão.

 

aqui, aqui começa a noite, e aqui te espero

e aqui te procuro que me pertence

esta noite

da noite tua noite.

 

aqui, aqui começa o universo

aqui começa a noite

que se inventa na madrugada

que te procura

e quer.

um pouco de arte


 

terça-feira, 6 de agosto de 2024


 

tínhamos o mar, tínhamos a areia

tínhamos todo um oceano de girassóis,

tínhamos o silêncio e o poiso, quando desenhávamos um abraço

no sorriso infinito da maré. tínhamos até

a arte de mentir, e eu esquecia-me das flores e das árvores.

tínhamos um filho, uma palavra secreta, tínhamos coisas estranhas, esquisitas, e tínhamos o desejo.

de ser sempre noite, dentro de nós.