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quinta-feira, abril 10, 2025

Aqui está a tua mão no esconderijo da chuva, e a noite é uma delícia estrelar, quase também palavra

Quase também lua,

Aqui está a madrugada, sorridente e nua

Na tua

Boca calada,

Da tua boca amordaçada.

Aqui está a palavra, o desejar-te se o desejo é um círculo quase mel,

Quase

Um pedacinho de papel,

Aqui está a tua mão no esconderijo da chuva,

Flor envenenada pelos teus olhos de mar...

Se a tua mão me tocar, se a tua mão me olhar!


A luz

Meu amor

Esta noite vou à caça de estrelas

Vou pegar algumas em azul

Outras de encarnado sangue

E outras em amarelo invisível,


Depois de ter as estrelas na mão

Coloco-as cuidadosamente no teu peito

Pego na tua mão

Pego na tua mão e pincelo os teus lábios de beijos,


Mas todas as estrelas que possa caçar

Que podem ser infinitas

É preciso muito mais do que estrelas

Para colocar no teu coração,


Meu amor

Talvez agora vá caçar flores

Poemas para te declamar

Quando sentados no chão

Ouvimos um invisível vinil…

E o mar poisa nas nossas mãos,


E antes que o invisível vinil se canse de girar,

Apago a luz,

E espero que o dia acorde em ti!


Varanda para o mar

Há uma varanda para o mar

Que alimenta a minha poesia,

Há em ti esse olhar…

Que me ilumina durante o dia,


Há uma varanda para o mar

Nos teus lábios de madrugada,

Habita em ti o verbo desejar…

Na tua voz revoltada,


Na tua voz de alegria.

Há uma varanda para o mar,

Desse mar que sentia


As palavras da alvorada.

Há uma varanda a chorar…

As lágrimas de nada.


vai feliz a manhã em seus totós amanhecer

vai feliz a manhã em seus totós amanhecer, do loiro trigo, a espiga que corre por entre as palavras, 

vai feliz a manhã, tão feliz que até parece o mar, ou

a chuva,

quase tão bela, como bela

é a manhã em seus totós amanhecer


Eras tu

Eras tu

a manhã que acordava no meu leito

antes de descerrar a janela do amanhecer,


eras tu

a flor sorridente

pousada na margem do rio

e me olhava

e me fazia sonhar,


eras tu

a palavra prometida

dentro dos livros de xisto

quando desciam a montanha

em direcção ao mar.


quarta-feira, abril 09, 2025

 Aqui me sento e oiço o som do silêncio...






Eu não sabia que o vento

Sentia a primavera no teu olhar

Que o vento tinha na boca

O silêncio do teu cabelo

Ai como o vento sentindo sabendo

Que um dia, outro vento, também ele sabia

Que em cada dia,

O vento traz alegia,

E que o vento...

E que o vento também é poesia.


Éramos apenas a noite, meu amor

Éramos apenas a noite, meu amor, éramos o cinzento momento, nos lábios de uma flor

Éramos apenas pássaro, o vento

Éramos gente, gente

Decente

Éramos criança, éramos o mar, quase destino, depois de ouvirmos a voz quebrada da lua, quase

Luar, meu amor, imagina

No teu simples olhar. Eu

Menino.


Éramos o fogo que dançava sobre a mesa, éramos duas telas amordaçadas por cores doentes, por traços loucos

Ou quase loucos,

Éramos os barcos de ontem, o nevoeiro de hoje, depois da chuva, meu amor

Cada gotinha de mim, caindo quase sem gravidade,

Sobre a tua pele. 


Éramos mil furacões das mil

Tantas as estrelas em triliões de sombras, quase palavra, dentro de ti.

Éramos a luz a cada segundo na prisão de um olhar, um lápis sobre a mesa

Que se escreve

E

Me escreve,

E mesmo assim

Éramos o desejo pergaminho…


Éramos apenas a noite, meu amor, éramos o cinzento momento, nos lábios de uma flor.


08/04/2025


terça-feira, abril 08, 2025

Mar sereno

Se o mar sereno das lágrimas teus lábios não te tocar,

Se a lua dos teus seios imaginar

Outro mar,

Outro olhar.

Se a noite trouxer um beijo eu te beijar,

Eu te sonhar

Em cada acordar,

Em cada luar.

Se o teu corpo voar

E voltar

Para a minha mão desenhar

A noite estrelar...

Se o teu cabelo no vento brincar,

Criança que não se cansa de correr e saltar,

Que sorri a cada madrugar,

A cada novo lar.


segunda-feira, abril 07, 2025

como o mar amar os lábios da paixão

dois viajantes vagueando sobre o silêncio da noite

comendo pétalas de chocolate embrulhadas em poemas desejo

como o mar

amar os lábios da paixão

quando estrelas dançam nos teus cabelos de porcelana,


dois viajantes apaixonados nas palavras invisíveis

folheadas pelas mãos tuas em desenhos sonhos amanhecer

comendo-me

comendo-te...

dois simples braços e mãos... entrelaçadas na alvorada,


o corpo arde na tela da insónia como acrílico sombreado das nuvens embriagadas

sobre mesas e cadeiras

sobre ti e sobre mim

o corpo

o teu corpo rodopiando ao som da garganta de um relógio de parede,


sonolento os olhos teus dançando nos versos da manhã

o medo entranha-se-te nos dedos sisudos

e a melancolia absorve-te as pálpebras encarnadas que o Sol esconde

e alimenta comendo-te

comendo-me... sem saber que éramos de brincar...


se o rio dos teus seios tivesse um nome

se o rio dos teus seios tivesse um nome, ou um pequeno número, mesmo que ínfimo,

ou se os teus seios tivessem um mar, tão grande

como o infinito universo,

se no teu peito houvesse um janela de onde se visse o amanhecer,

se os teus cabelos tivessem um miradouro para o teu corpo, quase espuma

quase,

desejo…


se nos teus lábios habitasse uma flor, uma árvore, quase vento

quase,

quase pássaro que brinca na tua mão,

se o teu silêncio fosse apenas um sonho

do teu coração,

se o rio dos seios tivesse um nome;

o meu nome.



domingo, abril 06, 2025

Leituras


 

Desenho sem sentido

Desenho um abraço

Em silêncio abraço

Nos olhos da Lua

Dos olhos do mar,

Escrevo um sorriso

Nos lábios do Sol,

Em silêncio sorriso…

O abraço desenhado,

Nos olhos da Lua…


Desenho o tempo

Em perfeito juízo

O abraço desejado

Do abraço prometido

Sentido…

Na fimbria madrugada,


Desenho o poema

Do sofrido poema

Nos olhos do mar

Em silenciado sorriso…

Deste poema amargurado

Triste…

Neste poema sem sentido

Quando da noite…

O silenciado abraço,

Morre…

Nas mãos do Luar.


Teus lábios

Teus lábios,

Púrpura manhã ao nascer,

Espuma em mar revoltado,

Teus lábios,

Meu feitiço prazer,

Do prazer deste poema envenenado.


Teus lábios,

Querida menina em triste luar,

Enquanto sou veleiro sem vento,

Teus lábios,

Das palavras madrugar,

Madrugar no meu pensamento.


sábado, abril 05, 2025

De luz quando chegar a noite

De luz quando chegar a noite, o teu corpo é um círculo de silêncio quase,

Mel,

Quase, primavera.

Depois, de luz quando chegar a noite, o livro despede-se da chuva, é só um abraço na boca do sol,

E a palavra manhã quase janela, não tem nome, é o poema que voa sobre o teu cabelo, mas

A minha sombra está na tua mão, mas

O rio é um disfarçado malmequer pincelado de encarnado desejo, e que o teu corpo seja a primeira lágrima da minha biblioteca...

De luz.


Sombra da tua mão

Se eu pudesse

Pegar na tua mão

Não

Não te levava a ver o mar

(porque o mar é banal)

O pôr-do-sol

Também não

(todos os dias há pôr-do-sol)

Ver a Lua

Não

(todas as noites a lua olha-nos)

Então se eu pudesse pegar na tua mão


Não

Não te levava a lado algum


Se eu pudesse pegar na tua mão

Apenas pegava

E em silêncio


E em silêncio abraçava a tua sombra

Na sombra tua mão.


sexta-feira, abril 04, 2025

amar-te

Podia terminar o mundo, podia chover e nunca haver dia ou nunca haver noite,

Ou ser o luar apenas uma cortina opaca, podia ser até o luar uma janela sem saída,

Que eu continuaria a amar-te a cada silêncio segundo do meu relógio...

Podia terminar o mundo, que eu não me importava.


é desejo o teu corpo desejar

é desejo o teu corpo desejar, é poesia, a tua voz suspensa no olhar de um acordar,

é manhã florida, e é o dia

nos lábios do mar


é desejo, o teu corpo desejar, é maré de incenso, e é a espuma

e é veneno,

já foi inverno, e já foi inferno…

o teu corpo nu na primavera


é carícia, é palavra o teu corpo desejar, é desejo

o beijo que escreve na areia a saudade,

é o teu corpo desejar flor do meu pensar, se o teu corpo desejar me tocar

se do teu corpo desejar, eu receber, o teu corpo desejar em fogo no meu sonhar…



quinta-feira, abril 03, 2025

É tarde, meu amor

É tarde, meu amor

É tão tarde que agora, só posso seguir em frente, deixar tudo, ou quase tudo,

Caminhar até ao mar, erguer-me das flores que eram apenas cinzas, e que hoje

São poema, são estrelas e são

Luar de primavera.

Apenas que deus me dê forças para terminar a arrumação da minha biblioteca, que deus me ilumine para tomar conta de dois peixes e que deus

Entenda,

Que hoje é tarde...


Os teus seios, meu amor

São os teus seios o rio dos meus lábios, são os teus seios, meu amor

A primavera do meu olhar,

São os teus seios os segredos do mar...

São os teus seios, meu amor

O sorriso de um luar.