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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Princesa

Um certo dia, ao amanhecer,

A princesa linda e bela,

Escalou a torre do seu castelo,

E nas asas de sonho do seu amado belo,

Que jurou todos os dias lhe escrever,

Voaram para o infinito, luz escarlate que jorra pela janela.


A princesa

Que passava os dias a pintar,

Sozinha triste e escondida na sua beleza,

Começou a sonhar.


Sonhava que o seu amado,

Aquele que lhe escrevia,

E que parecia ancorado,

A libertava um certo dia.


E de ancorado

Passou a ser anjo azul, com asas de vento,

Que voava nos seus sonhos madrugada, 

Sem passado,

Com um futuro em movimento,

Sempre…na esperança de libertar sua amada.


O tempo passava

E a princesa no seu castelo abandonada,

Nos seus sonhos se embalava

Para que um dia fosse libertada.


E quando o seu amado a foi buscar,

Nesse amanhecer,

Ela não queria acreditar

Que começava a viver.


Foram para a praia adormecer

E sonhar,

Começaram na areia a correr

E a brincar.


Pareciam duas crianças acabadas de nascer

Flutuando em marés de sonho luar,

Com vontade de viver,

E de amar.


Fizeram nas dunas amor,

E em silêncio quiseram ficar,

Ele queria ser escritor,

Ela, terminar seus dias a pintar.


Ainda hoje dizem que ao amanhecer

A princesa na ilha aparece,

Na areia pinta o seu anjo a escrever,

Que nunca, nunca da princesa se esquece…


Amar-te quase nada eu ser

Que quase bruma a noite depois da solidão mergulhada em deus, gotinhas de luz para o meu olhar tocar no teu seio quase espuma quase pássaro...

A água vida quase estrela na saliva do desconhecido vento, sentindo o cheiro do sol poema na mão do poeta.

O teu corpo nu meu amor que nunca seja um desenho mas desejar-te dentro da minha vida quase tarde na doce madrugada quase bala em delírio no inferno chão que a lua é uma pedra sendo degolada pelo teu cabelo.
O dia outra janela para o abismo da minha mão, sentir o perfume da tua pele quando a minha boca escreve em ti a solidão da noite.

Amar-te quase nada eu ser a lareira que os teus olhos semeiam na terra invisível a charrua sob a árvore que acredita em deus, eu quase manhã na tua cama, eu quase nada na tua vida...

Que quase bruma a noite depois da solidão, eu pertencer ao verde dos plátanos azuis que o rio desenha na alvorada,

Quase nada, eu.

Quero brincar nos teus sonhos E nos teus sonhos habitar…

Quero pintar no teu corpo

Todos os meus pensamentos,

Escrever no teu desejo

O meu desejo,

Desejo que não tenhas medo…

Quero alimentar-me do teu amor

Quando na madrugada

Adormecemos lado a lado.

Quero ser o Luar

Que ilumina o teu cansaço

A manhã quando estás a dormir,

Quero que queiras fazermos amor

No Infinito,

Quero ser o teu anjo

Quando deitas a cabeça no meu peito…

Quero pintar no teu corpo

Todos os meus pensamentos,

Ser o teu veleiro de recreio

Porto de abrigo,

As rochas onde te sentas

E pensas em mim,

Quero ver os teus cabelos soltos no vento

Quando os teus lábios me chamam,

Quero sentir o calor do teu corpo

Quando sinto a tua presença,

A dor da distância

Que nos aproxima,

Quero cansar-me de te amar

E olhar as estrelas,

Ser todos os planetas,

O sistema solar,

Quero ser nave espacial

Gaivota, conseguir voar,

Quero ser o tempo que não passa,

Teoria da relatividade,

Quero ser poeta, pintor,

Escultor que não se cansa de moldar o teu corpo

Como criança,

Quero brincar nos teus sonhos

E nos teus sonhos habitar…

Quero pintar no teu corpo

Todos os meus pensamentos!


domingo, 22 de dezembro de 2024

O pincelar de um beijo na maré da tua boca!

A água terra da saudade quando o fogo silêncio da chuva pertencer ao verde dos plátanos, oiço 

A vaginal sepultura de espuma do rio quase noite quase vida... 

Entre as nuvens lágrimas do vento. 


Da água terra a infeliz manhã quase janela para o mar depois da solidão mergulhada em deus, gotinhas de paixão no inferno chão que a lua deixa sobre a secretária. 

Escrevo sentindo o curvilíneo desenho desejar-te na cama tua voz quase o vermelho da chuva que o rio leva nos lábios... 


A água terra da saudade quando o fogo silêncio da chuva é uma lágrima de luz com sabor a desejo, 


O pincelar de um beijo na maré da tua boca!



Se eu fosse um pássaro..., meu amor

Se eu fosse um pássaro, meu amor, eu pousava 

na árvore dos teus lábios de mel, se eu fosse um pássaro, meu amor, eu voava 

nos teus olhos de mar, 

e vestia-me de papel. 

Meu amor, se eu fosse um pássaro, eu abraçava 

o teu corpo nu uma cidade portuária rompendo o porão do sol, se eu fosse um pássaro, meu amor, 

se eu fosse um pássaro, meu amor, eu brincava 

na tua mão, 

eu escrevia no teu seio com os meus lábios; 

Amo-te! 

Se eu fosse um pássaro..., meu amor.


sábado, 21 de dezembro de 2024

É só um livro de luz

Quase poesia no 

Dia 

Que seduz 

E que morrerá no banco dormia 

O inverno está 

É só um livro de luz 

Palavra poema ou poesia 


É só um livro de luz 

Que o disse o inferno 

Que não sabe que não produz 

Que é livro 

Que é mão 

Lábios 

Beijo 

Lápis de carvão 


É só um livro de luz 

Também às vezes livro de ponto 

Do ponto final ausente na quase noite também 

Livro a sente 

Casa palavra ou ninguém 

Ou nada 

É só um livro 

Só uma palavra... Livro luz palavra


Ó meu amor

Ó meu amor se 

de tanto em ti preciso 

do teu braço 

abraço corpo 


Ó meu amor se 

a quase noite seja já noite hoje 

que a noite me traga 

a lua noite 


Ó meu amor 

o teu beijo querer 

em ser e de ter 

os meus lábios nos teus lábios de viver


Se só, estou

Se só, estou sentindo o juízo final só, só se

através dos puzzles de cada gotinha de suor do teu corpo, da minha mão poiso-a e sinto-o como seda nos lábios de um livro.


Se só, está o vento que não há

hoje procurando as sanzalas janelas do meu primeiro beijo, só se

uma pedra se sentar na minha mão e me contar uma história,

um sonho que dorme profundamente na solidão da noite.


Só se, só

Capaz de galgar a montanha em busca do sémen silêncio, só se

a árvore cansada de sorrir, a noite

quase só,

se só,

depois…


Depois da chuva

Depois da chuva, meu amor, vamos dormir na cama da tua voz acreditando que o rio recusando beijar o vento escreverá na maré do teu corpo o poema silêncio. 

Depois da chuva, meu amor, depois do meu cigarro ser apenas um pequeno barco, depois do orgasmo do teu olhar ser lua ou quase luar, vamos ver o pôr-do-sol na página de um livro. 

Depois da chuva, meu amor, se as árvores mangueiras o permitirem, vamos fazer versos de luz na geada quase noite quase nada... 

Depois da chuva, meu amor, o teu corpo uma sílaba de desejo quando o teu cabelo deixar de arder no chão terra da saudade.


Azul pássaro

Azul pássaro da árvore ou silêncio plátano

no poema que absorve a tempestade

mais janela menos árvore

avenida que sobe que desce

quase rio ao fundo

quase que mexe


nas asas do azul pássaro.

E quase também

no rio mar azul

o azul pássaro da árvore ou silêncio plátano

que quase ninguém

sabe onde encontrar,


e que não se cansa de correr

de voar. 

Azul pássaro azul o mar

se a árvore me escrever…

No livro que escrevo

do livro que não me canso de ler.


Flor do mundo

Flor do mundo abraço que a noite de insónia seja um desenho desejar-te na mão do poeta, 

que o teu corpo nu te amo seja também o olhar da chuva quando o livro é um pedaço de vidro que lança o mel na tua boca. 


E quase tão cristalina como a água o perfume da tua voz na alvorada que caminha para o dia, da criança que não é uma criança de verdade, mas uma estrela de brilhar 

nos teus olhos de mar, 


Dos teus lábios uma flor abraço que a lua escreve no teu seio quase noite na minha noite, 

da noite que eu seja mais um livro que escrevo no planalto sorriso da terra. 


Da flor do mundo o teu cabelo quase vento quase luar na vertigem do sol que apenas é um silêncio na tua mão quase uma sombra encadeando as muralhas da manhã... 


O fogo flor do mundo quando romper a paixão na tua mão!


Pétala

Minha pequena pétala no meu intenso viver, correr

sobre o mar, correr

pincelar os teus olhos na janela do meu acordar,

minha flor de mar,

meu sonho de sonhar,


minha pequena pétala de te amar!


sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Os teus lábios são agora chocolate!

O chocolate quase água sabor a lírio na minha boca. Imagino a selva invisível da minha infância dentro de um livro quase

Quase, pão migalha, pão derramado sobre a mesa, do silêncio três cadeira, em silêncio.

A minha boca saboreia-o como se ele fosse uma pequena palavra sobre os lençóis da cama

- amo-te

Ao longe um apito, meu amor, ao longe o paquete que me trouxe e ao que sei

- calma tu vais conseguir

Sei que as árvores pertencem às sombras porque aquele barco pertence à fechadura número três da primeira rua do segundo andar,

Direito.

E aos poucos ele derrete-se como a seda sobre o teu corpo, depois do banho. Imagina se agora te beijasse

Os teus lábios pincelados de chocolate…

(e quando penso em chocolate lembra-me o poema “Tabacaria” do senhor Álvaro de Campos, e não há melhor coisa do que comer chocolate)

Os teus lábios são agora chocolate!


Os lírios teu olhar

 (para ti, meu amor)

Os lírios teu olhar 

no objecto quase prazer 

quase campo semeado 

os lírios teu ser 

no meu corpo embalsamado 

os sorrisos do mar... 


Os lírios teus lábios envenenados 

a água flor 

se o teu cabelo acontecer 

se o teu corpo em dor 

for uma lágrima em prazer 

ou os pássaros apaixonados. 


Os lírios meu amor 

na tua púbis madrugada 

esse sorriso em delírio 

esse silêncio de palavra 

é também um lírio 

em flor.


A tua pele pétala quase página do livro que escrevo

A tua pele pétala quase página do livro que escrevo, rio que corre para o dia inverno entre duas estrelas, 

o beijo da chuva se das nuvens uma pedra de néon ou um relógio de luz na rua do teatro, 

e os teus olhos que agora são as palavras do poema quando o livro ainda criança brinca no escorrega da tarde quase noite quase vida quase que uma árvore. 


Quase que uma pequena lágrima na cabeça da casa quando romperem as árvores nas escadas para o sótão, da tua boca escorre um fio de água que não é uma lâmpada destinada ao verde dos viajantes perdidos, 

Mas apenas uma janela para o abismo. 

E dos teus lábios a noite vestida de gaivota, o puro mel que brinca no mar dos teus olhos, e amar-te quase noite quase vida quase que não uma sombra. 


A tua pele pétala quase página quase misericórdia na madrugada se a tua voz for uma sílaba amor que não sabe o nome da insónia...


Se... Eu.

Se a minha sombra vestida me incendiar com o olhar se das nuvens uma vida quase noite 

ou quase mar, 

se das minhas mãos acordassem os pássaros do douro que desenham no silêncio da chuva o arco-íris mais envenenado e secreto dos teus olhos. 


Se da casa depois do abismo o rio recusando beijar a lua, o rio recusando a lua, se uma noite não sombra também for o teu seio for o teu corpo nu sentado numa pedra cinzenta, 

se a água que brota da terra estiver apaixonada pelo sorriso do sol, e 

talvez houvesse um livro nos teus lábios... 


Se as árvores estivessem perto da sombra do último adeus e na despedida se suicidassem na mão do poeta, 

se o musseque não dormisse só um dia outra janela para o sótão, 

se eu tivesse a certeza que era às vezes quase nada, ou 

apenas ouvir o ranger do corpo e a voz da tristeza, 


Se... 

Eu.


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Não tenhas medo!

Foi o meu olhar para o dia quando o livro ainda criança despertou para o nocturno desejo de correr até à tua mão quase milímetros quase nada se não houver primavera na casa do lírio menino. 

Da chuva se as árvores estão no chão deitar-me quase na chávena ausente do sol, fechar os olhos como se fossem janelas de luz para que o mundo seja um desenho na despedida do desconhecido vento. 


Cruz de sombra vestida de gaivota que não tem paciência também para o meu destino, se o capim meu corpo quase palavra quase também uma fotografia na sanzala da manhã. 

Uma lâmpada escondida na parede do meu coração, outras madrugadas que eu tive e que agora são duas pedras de água na saliva do teu cabelo. 


E foi o meu olhar para o dia quando o livro ainda criança se suicidou na mão do poeta, ele muito triste no mármore pátria que o amar arde na cabeça do meu cigarro... 

E de ver tão triste o poeta o livro pousou-lhe o olhar sobre os pássaros ombros e lhe segredou; 


- Não tenhas medo!


as pedras que me apedrejam



são tantas as pedras que me apedrejam

são tantas as árvores que tombam com o vento

são tantas as sombras que me aleijam

e me roubam do teu pensamento


são tantos os pássaros que me infernam 

são tantas as lágrimas do meu olhar

são tantas as tempestades que me atormentam

no doce silêncio do mar


Quase chuva os teus olhos meu amor



Quase chuva os teus olhos meu amor

Quase vida não vida a minha vida

Quase livro este livro onde me escondo

Onde durmo desassossegado


Quase flor este pedaço de papel

Quase lírio os lírios dos teus lábios

Quase dia do quase fim de noite

Da noite não noite


Da noite deste dia

Quase morte a minha vida

Quase janela este buraco na escuridão

Da quase madrugada 


Quase nada

O que sou

E o que nunca fui… Quase chuva os teus olhos meu amor

Este dia quase dia deste dia em dor 


Árvore

A árvore é branca, a árvore embaciada à janela da tarde, um olhar morre de aflição

a árvore dorme nas minhas mãos, escrevo amo-te no pavimento térreo da insónia, e este pássaro

mistura-se nas cores da alma


Este quadro faz-se homem, mexe-se aos poucos na noite, invento na paleta palavras para pincelar

este quadro

em amar os teus olhos