Habitamos dentro deste labirinto
Frio e escuro
Onde desenhamos no corpo
o desejo
Quando escrevemos no
corpo
Cada silêncio que a noite
alicerça sobre o mar,
Habitamos dentro deste
labirinto
Sem janelas
Com portas e frestas
Quando chega a nós
A louca Primavera,
Quando regressam a nós
Os gladíolos de uma noite
em tórrida paixão
E quando dos teus doces
beijos
A tua mão distrai-se na
minha boca
Insígnia da madrugada,
E podia terminar a noite
E recomeçar outra noite
Habitamos dentro deste
labirinto de noites
Que apenas o prazer e o
silêncio
Sabem fotografar depois
do luar adormecer,
E dos teus olhos
Quando acordam as
primeiras lágrimas da manhã
E num sorriso de luz
Uma criança te oferece a
flor mais bela que o silêncio pode cultivar;
A flor da liberdade. A
flor de amar.
Alijó, 09/04/2023
Francisco Luís Fontinha
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