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domingo, 9 de abril de 2023

A flor da liberdade

 Habitamos dentro deste labirinto

Frio e escuro

Onde desenhamos no corpo o desejo

Quando escrevemos no corpo

Cada silêncio que a noite alicerça sobre o mar,

 

Habitamos dentro deste labirinto

Sem janelas

Com portas e frestas

Quando chega a nós

A louca Primavera,

 

Quando regressam a nós

Os gladíolos de uma noite em tórrida paixão

E quando dos teus doces beijos

A tua mão distrai-se na minha boca

Insígnia da madrugada,

 

E podia terminar a noite

E recomeçar outra noite

Habitamos dentro deste labirinto de noites

Que apenas o prazer e o silêncio

Sabem fotografar depois do luar adormecer,

 

E dos teus olhos

Quando acordam as primeiras lágrimas da manhã

E num sorriso de luz

Uma criança te oferece a flor mais bela que o silêncio pode cultivar;

A flor da liberdade. A flor de amar.

 

 

 

Alijó, 09/04/2023

Francisco Luís Fontinha