foto: A&M ART and Photos
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Prometeste-me viagens sem regresso
alimentaste-me de corações de areia
e pequenas pétalas poéticas que
guardavas junto ao peito...
dizias-me que todos os calendários
morriam no final de cada ano
e que os beijos
eram pequenas invenções dos crescidos
éramos crianças com asas de papel
e brincávamos em quintais clandestinos
e quando da despedida...
vi-te pela última vez com um bibe
sentada sobre um cacho de bananas...
sorrias
e eu me ausentava para nunca mais
regressar,
Imagino-te recheada de filhos
num banco de jardim
ou junto ao escorrega enquanto uma das
tuas crianças (se as tens) fazem o que fazíamos...
sonhávamos com papagaios de papel
suspensos num cordel de lábios lacrimosos...
e esperávamos que descessem todas as
nuvens dos finais de tarde,
Vestias-te de mar
com laços de maré ao pescoço...
desenhaste um beijo na luminosidade da
manhã...
e parti em direcção ao infinito
despertar dos desejos
adormeci
e hoje incessantemente... procuro a tua
sombra entre os destroços dos velhos caixotes em madeira...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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