foto de: A&M ART and Photos
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Fui crescendo como uma erva daninha
percorri oceanos invisíveis com
bonecos de pedra
fui ouvindo vozes misturadas com débeis
amanheceres
em lábios de gaivotas cansadas
fui crescendo
fui habitando o teu corpo de espuma
que dorme num cubo de vidro
fui teu
fui dele
fui...
vou sem regressar voando sobre os teus
cabelos de amêndoa...
fui crescendo até que o amor me
aprisionou aos teus abraços de água salgada,
Fui mendigo dormindo na calçada
fui poeta sem escrever
leitor
carcereiro onde havia livros em prisão
perpétua...
Fui poeta
leitor desgovernado debaixo dos
plátanos emagrecidos
fui banco de jardim onde te sentaste
e beijaste
a mim
crescendo,
Fui habitante do teu coração
onde brincávamos com as palavras das
marés de Sábado à noite
fui crescendo
crescendo...
sem escrever no teu corpo versos de
cacimbo
entre o som dos mabecos e os pobres
telhados de zinco...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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