Abraço-me a este rio ensonado,
Olho as montanhas do teu
olhar,
Sento-me neste socalco
abandonado…
À espera de que a lua me
venha resgatar,
E se a lua me levar,
Deito fora a tristeza
E todo o silêncio do mar,
Abraço-me a este rio de
enorme beleza,
E cruzo os braços no meu silenciar,
Acendo este cigarro
invisível e inventado…
Que o meu corpo vai
matar,
E se eu morrer nos lábios
deste cigarro assassino,
Deste maldito cigarro
envenenado,
Peço a Deus o perdão… que
perdoe este pobre menino.
Alijó, 31/01/2023
Francisco Luís Fontinha