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domingo, 20 de outubro de 2024

A gambiarra

 

O poeta, durante a vindima, aproximadamente trinta dias, andou com um garrafão de água na bagageira do carro, pois este perdia água e aquecia; coisas de mecânica que não assustam um poeta.

Fi-lo porque não tinha tempo para ver de que se tratava a perda de água, e também porque o poeta não é nada endinheirado, e do pouco dinheiro que tem,

Prefere comprar livros.

Digamos que sou um miserável, que nalgumas coisas, mais parece o Pacheco.

Terminou a vindima. Com alguma coragem, consegui descobrir a razão de o carro perder água; uma peça danificada e o respectivo tubo.

Tirei a peça, fiz uma gambiarra como o dizem os nossos amigos brasileiros, e com uma puxadinha

Liguei os tubos directamente e assim resolvi a perda de água.

Fui dar uma volta até às belíssimas corres do Outono do nosso deslumbrante Tua, para experimentar se o carro deixava de aquecer, e

Bom, ao fundo tudo funciona,

Até a poesia.

O problema foi subir o Tua. Começou a aquecer, muito, parei, abri o capô, e verifiquei que o depósito da água parecia uma panela de pressão, e que quase explodia.

Fechei o capô. Pois o poeta tem de dar a graça de feliz, não de miserável que é, e a cada

Carro que passava por mim,

Eu sorria.

Arranquei e parei três ou quatro vezes, até que enquanto fumava um cigarro lembrei-me dos conhecimentos de termodinâmica, e resolvi muito devagarinho abrir o depósito da água, muito devagarinho

O vapor subia em direcção ao sol.

E percebi que se viesse com a tampa do depósito apenas meia apertada, havia saída de vapor, e o carro não aquecia.

Funcionou. Deixou de aquecer. E a função da peça danificada, é mesmo essa.

 

A parvoíce disto tudo, ontem, 19/10.

Era o aniversário da Cristina, e foi esta a tarde que lhe proporcionei; mas ela estava feliz. E o poeta sentiu-se amado.

terça-feira, 30 de abril de 2024

princesa

Princesa, seu cabelo mais loiro do que a seara

seus olhos, princesa, mais estrelas do que o céu

princesa menina, princesa criança

mais bela e mais linda

do que a manhã de Primavera.


terça-feira, 9 de maio de 2023

A montanha

 

(pintura em curso: 60cm x 80cm. Acrílico s/tela – Francisco Luís Fontinha – Alijó)


O que é o amor,

Meu amor!

Como é meu amor,

O amor,

Do nosso amor.

 

O amor,

Meu amor,

É uma coisa estranha,

Que se gosta,

Que se ama…

O amor nasce,

O amor cresce,

Mas,

Meu amor,

Mas será que o amor, morre?

 

Não, claro que não.

O amor,

Meu amor,

O amor,

Do nosso amor,

Umas vezes com vento,

Outras vezes em flor…

 

Mas, meu amor,

O amor também é tempestade,

Também é saudade,

Dos que partiram,

Ou daqueles que não regressarão mais…

Como o poeta dos ventos,

Que sobe à montanha mais alta,

Grita…

Amo-te meu amor!

 

 

 

Alijó, 09/05/2023

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 8 de maio de 2023

domingo, 30 de abril de 2023

Doce madrugada

 


(acrílico s/tela. 60cm x 80cm)


Aprisiono cada pedacinho do teu sono,
Roubo a tua madrugada,
E escondo-a dentro do meu peito...

sábado, 29 de abril de 2023

O sono

 

O sono

Esse pequeno silêncio que a noite traz

Essa nuvem de espuma das amoreiras em flor,

O sono…”

 

Acrílico s/tela. 70cm x 100 cm. Francisco Luís Fontinha – Alijó

domingo, 15 de janeiro de 2023