Os
mares envergonhados da solidão
Que
caminham durante a noite nos meus braços cansados,
Sinto
no corpo as cancelas imaginárias da saudade
Como
um sonâmbulo tresloucado,
Inferioridade
minha das terras envenenadas
Da
terra queimada,
Hoje,
nada tenho para te oferecer,
Nem
palavras,
Nem…
nem amanhecer,
Os
mares envergonhados…
Que
as canibais laranjas deixam ficar nos teus lábios
E
do sumo apedrejado pela loucura
Regressam
as sonolências viagens sem destino…
Tenho
no corpo o peso doirado da lua
Que
alimentam as minhas mãos
Do
silêncio vergado pelas pedras da paixão,
Não
preciso da tua boca,
Dos
teus beijos,
Das…
das tuas palavras vãs…
Queria
ter no peito o sol amargurado das ribeiras clandestinas
Que
descem os socalcos do sono,
Envergar
na lapela as sombras tumultuosas que poisam na minha janela,
Os
pássaros destinos das árvores enganadas por mim,
Os
papéis secretos do voo frenético e engasgado das gaivotas libertinas,
Às
vezes tenho medo,
Às
vezes pareço um menino aprisionado no cais da esperança,
Abraço-te
imaginariamente como um louco veleiro encalhado na sombra inocente do esplendor
amigo da rua sem nome…
Os
vidros em cacos escorregam pelo meu corpo de pedra lascada
E
suicido-me quando cai a noite em ti,
Meu
amor, em ti…
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
1 de Abril de 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário