Toquem
os sinos e anunciem a minha partida.
Cada
charco no pavimento é um poema sem nome,
Metáforas…
As
palavras são pequenas gotículas do teu suor,
O
alimento preferido da paixão,
E
dos livros, e dos violinos, vomitam-se melódicos sons que abraçam socalcos.
Pareço
um louco transeunte desorganizado, sem apeadeiro,
E,
no entanto, atraco a minha barcaça às tuas mãos de fada.
(enquanto
escrevo, oiço Doors)
Toquem,
toquem todos os sinos que eu vou fugir,
Levo
a minha barcaça,
E
em terras longínquas vou procurar o amor…
Nada
levo.
Apenas
preciso de cigarros, cigarros e cachimbos.
Cada
charco no pavimento é um poema sem nome,
Uma
alma penada,
(como
se eu acreditasse em almas, muto menos, penadas)
Palerma.
Palhaço.
O
circo regressa sempre na Páscoa…
Espero-te,
aqui, sentado, nesta pedra de xisto invisível.
E
quando eu morrer, não quero fato e gravata e sapatos pontiagudos,
Não,
não quero flores do teu jardim,
Não,
não quero a presença do Senhor Abade…
Quero
ir só.
Como
sempre fui…
Só.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
11/04/2019