segunda-feira, 8 de abril de 2024
segunda-feira, 25 de março de 2024
O Douro deslumbrante
É tudo o que tenho para oferecer aos meus leitores,
algumas palavras e imagens de uma das regiões mais lindas de Portugal; o Douro.
(Francisco)
quinta-feira, 21 de março de 2024
quarta-feira, 20 de março de 2024
Miradouro
Futuro miradouro a
construir numa quinta no Douro, Castedo do Douro, Alijó.
Será constituído por
perfis metálicos (IPE) e ficará em frente ao rio Douro.
Terá nas proximidades uma
mesa para piqueniques e um baloiço.
A parte estrutural está a
ser feita por mim no programa Cype 2024.
Dono da obra: José Carlos
Sousa Pimentel.
(Francisco, quase
engenheiro)
domingo, 17 de março de 2024
Douro...
Tens uma flor de silêncio
no cabelo
que acorda à meia-noite
quando as outras todas
flores
escrevem poesia nos teus
olhos.
(Francisco)
Barco
Há sempre um barco que nos transporta para o sonho nocturno das palavras, há sempre um barco que nos transforma em homem-pássaro-feliz.
Bem hajam os teus olhos e
o teu cabelo.
Há sempre um barco nos
teus lábios…
(Francisco)
Rio Douro
silêncio de pássaros,
eu voava sobre este rio,
eu deixava tudo, tudo,
por este rio;
este rio são os teus
olhos…
(Francisco)
terça-feira, 20 de fevereiro de 2024
Magia
Há sítios tão mágicos que a própria magia desconhece...! Cada fotografia, cada paisagem, é um poema.
É tão belo o nosso Douro!
domingo, 29 de janeiro de 2023
Destino menino
Um pedaço de mim,
É o vento que vagueia
sobre o mar,
Outro pedacinho,
Muito mais pequeno de que
o pedaço que vagueia sobre o mar,
Que também me pertence,
Dorme nos lábios do luar,
Numa das mãos, na minha
mão esquerda,
Brinca uma criança mimada…
Na minha outra mão,
Cresce uma flor,
Em papel crepe,
E se eu pedir à madrugada
As palavras semeadas,
A madrugada não me dará nada,
Pelo contrário,
A madrugada dar-me-á as
palavras envenenadas,
Que da minha mão esquerda,
A criança mimada,
Lança ao meu olhar,
Um pedaço de mim,
É xisto que dança nos
socalcos do Douro adormecido,
Um pedaço,
Um pedaço de mim…
Que eu transportava sobre
o meu corpo dorido,
Agora, em todos os meus
pedacinhos,
Há um rio rectilíneo,
Sem curvas,
Sem medo…
O medo do destino,
De ser o eterno menino.
Alijó, 29/01/2023
Francisco Luís Fontinha
quarta-feira, 7 de dezembro de 2022
Call Center
Sabes
Meu amor
Um dia morrerá a
árvore grande
O nosso
centenário plátano
Em seu lugar
Um dia
Será plantado um
call center
Provavelmente
Para venderem
garrafas de vinho
Ou bilhetes de
cruzeiro
Tínhamos a fogueira
de Natal
Não vamos ter
fogueira de Natal
Um dia
Meu amor
A nossa terra
A nossa querida
terra
Será apenas um couto
de caça.
Alijó,
07/12/2022
Francisco Luís
Fontinha
sexta-feira, 19 de agosto de 2022
Fotografia abstracta
Não
posso mais, doutor,
São
estas palavras,
São
estes rios,
São
outros mares,
São
outros corpos possuídos,
Doutor,
Enquanto
escrevo, morrem pessoas,
Enquanto
durmo, nascem crianças,
Enquanto
pinto,
Embebedam-se
criaturas, poetas e putas,
Doutor…
E
a música, doutor?
O
que tem a música!
Tem
dentro dela o silêncio,
Tem
a alvorada,
Tem
o medo e o sonho,
E
não tem nada.
Doutor.
Percebe
agora?
Porque
voar é fácil,
Porque
dormir é canseira,
Porque
sonhar é uma merda,
Uma
merda junto à lareira.
Não
posso mais, doutor,
São
as equações,
São
estas tristes fotografias,
São
as lápides,
São
as flores,
Doutor?
Ainda aí está? Junto à árvore?
É
a chuva lá fora,
São
as acácias a morrer,
São
as palavras,
São
os ossos a correr.
Porquê,
doutor?
E
enquanto chove,
As
almas gritam,
As
enxadas no Douro, revoltam-se…
E
os homens?
Ai
doutor,
Esses,
São
uns covardes,
Tudo
aceitam,
Tudo
comem,
Como
carneiros,
Como
ovelhas.
Sabe,
doutor?
Não.
Morreu
o Zé Gato,
Morreu-me
o cão,
O
canário,
Uma
tristeza, doutor,
Uma
tristeza,
Esta
aldeia,
Sem
beleza,
Sem
sol,
Sem
água benta,
Só
fachada, doutor.
Pura
fachada,
São
as montanhas a arder,
São
as palavras a morrer,
São
estes rios,
Tristes,
Frios.
Sabe,
doutor?
Não,
diz, diz…
São
os pulhas que espancam a mulher,
São
crianças a sofrer,
Algumas,
sabe doutor?
Sofrem
antes de nascer,
Sofrem
até morrer…
Depois,
depois acordam os pássaros,
Libertam-se
as nuvens das prisões invisíveis,
Estas
sim, as nuvens não são como os homens do Douro,
Revoltam-se,
Gritam,
E
o mais engraçado…
Nunca
morrem, como nunca morrem os poetas.
Os
poetas são eternos,
São
canção,
São
revolta,
Sim
doutor,
Revolta,
Porque
estes gajos metem nojo,
Os
caneiros,
As
ovelhas,
As
flores e as abelhas…
Sabe,
doutor?
Não,
diz,
Sempre
acreditei que um dia,
Que
um dia…
Sim,
Que
um dia sonhar não era uma merda,
Que
um dia,
Que
um dia, todos os dias, todos os meninos…
Brincavam
junto ao mar;
Como
brincam os peixes
E
as gaivotas,
Como
brincam os amores
E
todas as paixões,
Que
um dia,
Sabe
doutor?
Que
um dia os homens não guerreavam,
Que
um dia, as guerras,
Eram
apenas uma fotografia,
Longínqua
e abstracta.
E
depois, doutor,
Depois
a culpa é do macaco;
Coitado…
Coitado
do macaco.
Alijó,
18/08/2022
Francisco
Luís Fontinha
Sete enxadas
Eram
sete lanças de espuma
Sobre
o peito amordaçado,
Eram
sete madrugadas
De
bruma
Na
paixão amanhecer,
Eram
sete canções e coisa nenhuma,
Enquanto
o mar queria adormecer
Sobre
o teu corpo deitado.
Eram
sete enxadas
Rodopiando
os socalcos adormecidos,
Eram
sete sois e sete rios…
E
sete tardes sem dormir,
Eram
sete madrugadas,
Em
sete dias da semana,
Eram
sete lanças de espuma
Sobre
a doce tua cama,
Eram
sete lanças de espuma
Sobre
o peito amordaçado,
Eram
sete poemas em saudade,
Da
saudade do pobre coitado,
Eram
sete Invernos à lareira
Do
corpo esquartejado,
Eram
sete lanças de espuma…
Neste
corpo maltratado.
Alijó,
19/08/2022
Francisco
Luís Fontinha
terça-feira, 16 de agosto de 2022
segunda-feira, 20 de junho de 2022
A casa poema de sonhar
Verde são estes olhos de
dormir
Enquanto há palavras na
fogueira,
Verde são os poemas de
amar,
São as lágrimas de
chorar;
Verde são as noites sem
dormir,
São as noites junto à
ribeira…
Verde são as ondas do mar
Que brincam na lareira.
Verde é a solidão
Sob o tórrido silêncio de
escrever,
Verde é a palavra
envenenada
Que tento adormecer na
alvorada.
Verde sentido só possível
neste coração…
Verde as nuvens do
entardecer,
Que escondem socalcos enxada,
Como se o universo fosse
morrer,
Como se o universo fosse
verde aldeia.
Verde cansaço madrugar,
Que escondo no Ujo luar,
Verde que sofre, verde das
almas roubadas,
Verde alegre das lágrimas
semeadas.
Verde são os olhos de
chorar,
Verde são os versos das
janelas arrombadas
Na casa verde, na casa
poema de sonhar.
Alijó, 20/06/2022
Francisco Luís Fontinha
sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
A voz melódica da manhã
(Dois mil e quinze, foi
uma merda; dois mil de dezanove, foi uma merda e, dois mil e vinte, contra tudo
e todos, foi maravilhoso).
A alvorada voz da manhã,
Quando a terra se encosta
ao Douro e, descansa.
Descansa a alma,
Descansa a mão inanimada
da esperança,
Descansa o menino,
Descansa,
Descansa a criança.
Descansa o raio que o
parta,
Quando subo à montanha e,
Uma fotografia, que
descansa,
Descansa a vida malvada.
Ai, menino,
As suas mãos são de oiro,
São castanhas, são
cinzentas manhãs em Paris,
Descansa,
Descansa corpo santo,
À voz de quem o diz.
São palavras,
São desenhos,
Descansa mão do artista…
Descansa, descansa mundo,
Na voz melódica da manhã,
Que descansa sem se ver,
Descansam as palavras,
Descansam todos os
versos;
Descansa sua beleza,
Nos cadernos de escrever.
Francisco Luís Fontinha,
01/01/2021