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segunda-feira, 25 de março de 2024

O Douro deslumbrante

 

É tudo o que tenho para oferecer aos meus leitores, algumas palavras e imagens de uma das regiões mais lindas de Portugal; o Douro.



 

(Francisco)


quarta-feira, 20 de março de 2024

Miradouro


Futuro miradouro a construir numa quinta no Douro, Castedo do Douro, Alijó.

Será constituído por perfis metálicos (IPE) e ficará em frente ao rio Douro.

Terá nas proximidades uma mesa para piqueniques e um baloiço.

A parte estrutural está a ser feita por mim no programa Cype 2024.

Dono da obra: José Carlos Sousa Pimentel.

 

 

(Francisco, quase engenheiro)


domingo, 17 de março de 2024

Douro...

Tens uma flor de silêncio no cabelo

que acorda à meia-noite

quando as outras todas flores

escrevem poesia nos teus olhos.

 

(Francisco)

 

Barco


Há sempre um barco que nos transporta para o sonho nocturno das palavras, há sempre um barco que nos transforma em homem-pássaro-feliz.

Bem hajam os teus olhos e o teu cabelo.

Há sempre um barco nos teus lábios…

 

(Francisco)

Rio Douro


 Se eu pudesse voar neste pequeno-lindo-deslumbrante

silêncio de pássaros,

eu voava sobre este rio,

eu deixava tudo, tudo,

por este rio;

este rio são os teus olhos…

 

(Francisco)

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Magia

 


Há sítios tão mágicos que a própria magia desconhece...! Cada fotografia, cada paisagem, é um poema.

É tão belo o nosso Douro!

domingo, 29 de janeiro de 2023

Destino menino

 Um pedaço de mim,

É o vento que vagueia sobre o mar,

Outro pedacinho,

Muito mais pequeno de que o pedaço que vagueia sobre o mar,

Que também me pertence,

Dorme nos lábios do luar,

 

Numa das mãos, na minha mão esquerda,

Brinca uma criança mimada…

Na minha outra mão,

Cresce uma flor,

Em papel crepe,

 

E se eu pedir à madrugada

As palavras semeadas,

A madrugada não me dará nada,

 

Pelo contrário,

A madrugada dar-me-á as palavras envenenadas,

Que da minha mão esquerda,

A criança mimada,

Lança ao meu olhar,

 

Um pedaço de mim,

É xisto que dança nos socalcos do Douro adormecido,

Um pedaço,

Um pedaço de mim…

Que eu transportava sobre o meu corpo dorido,

 

Agora, em todos os meus pedacinhos,

Há um rio rectilíneo,

Sem curvas,

Sem medo…

O medo do destino,

De ser o eterno menino.

 

 

 

Alijó, 29/01/2023

Francisco Luís Fontinha

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Call Center

 

Sabes

Meu amor

Um dia morrerá a árvore grande

O nosso centenário plátano

Em seu lugar

Um dia

Será plantado um call center

Provavelmente

Para venderem garrafas de vinho

Ou bilhetes de cruzeiro

 

Tínhamos a fogueira de Natal

Não vamos ter fogueira de Natal

 

Um dia

Meu amor

A nossa terra

A nossa querida terra

 

Será apenas um couto de caça.

 

 

Alijó, 07/12/2022

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Arte – Francisco Luís Fontinha



 

Fotografia abstracta

 

Não posso mais, doutor,

São estas palavras,

São estes rios,

São outros mares,

São outros corpos possuídos,

Doutor,

Enquanto escrevo, morrem pessoas,

Enquanto durmo, nascem crianças,

Enquanto pinto,

Embebedam-se criaturas, poetas e putas,

Doutor…

E a música, doutor?

O que tem a música!

Tem dentro dela o silêncio,

Tem a alvorada,

Tem o medo e o sonho,

E não tem nada.

Doutor.

Percebe agora?

Porque voar é fácil,

Porque dormir é canseira,

Porque sonhar é uma merda,

Uma merda junto à lareira.

Não posso mais, doutor,

São as equações,

São estas tristes fotografias,

São as lápides,

São as flores,

Doutor? Ainda aí está? Junto à árvore?

É a chuva lá fora,

São as acácias a morrer,

São as palavras,

São os ossos a correr.

Porquê, doutor?

E enquanto chove,

As almas gritam,

As enxadas no Douro, revoltam-se…

E os homens?

Ai doutor,

Esses,

São uns covardes,

Tudo aceitam,

Tudo comem,

Como carneiros,

Como ovelhas.

Sabe, doutor?

Não.

Morreu o Zé Gato,

Morreu-me o cão,

O canário,

Uma tristeza, doutor,

Uma tristeza,

Esta aldeia,

Sem beleza,

Sem sol,

Sem água benta,

Só fachada, doutor.

Pura fachada,

São as montanhas a arder,

São as palavras a morrer,

São estes rios,

Tristes,

Frios.

Sabe, doutor?

Não, diz, diz…

São os pulhas que espancam a mulher,

São crianças a sofrer,

Algumas, sabe doutor?

Sofrem antes de nascer,

Sofrem até morrer…

Depois, depois acordam os pássaros,

Libertam-se as nuvens das prisões invisíveis,

Estas sim, as nuvens não são como os homens do Douro,

Revoltam-se,

Gritam,

E o mais engraçado…

Nunca morrem, como nunca morrem os poetas.

Os poetas são eternos,

São canção,

São revolta,

Sim doutor,

Revolta,

Porque estes gajos metem nojo,

Os caneiros,

As ovelhas,

As flores e as abelhas…

Sabe, doutor?

Não, diz,

Sempre acreditei que um dia,

Que um dia…

Sim,

Que um dia sonhar não era uma merda,

Que um dia,

Que um dia, todos os dias, todos os meninos…

Brincavam junto ao mar;

Como brincam os peixes

E as gaivotas,

Como brincam os amores

E todas as paixões,

Que um dia,

Sabe doutor?

Que um dia os homens não guerreavam,

Que um dia, as guerras,

Eram apenas uma fotografia,

Longínqua e abstracta.

E depois, doutor,

Depois a culpa é do macaco;

Coitado…

Coitado do macaco.

 

 

Alijó, 18/08/2022

Francisco Luís Fontinha

Sete enxadas

 

Eram sete lanças de espuma

Sobre o peito amordaçado,

Eram sete madrugadas

De bruma

Na paixão amanhecer,

Eram sete canções e coisa nenhuma,

Enquanto o mar queria adormecer

Sobre o teu corpo deitado.

 

Eram sete enxadas

Rodopiando os socalcos adormecidos,

Eram sete sois e sete rios…

E sete tardes sem dormir,

Eram sete madrugadas,

Em sete dias da semana,

Eram sete lanças de espuma

Sobre a doce tua cama,

 

Eram sete lanças de espuma

Sobre o peito amordaçado,

Eram sete poemas em saudade,

Da saudade do pobre coitado,

Eram sete Invernos à lareira

Do corpo esquartejado,

Eram sete lanças de espuma…

Neste corpo maltratado.

 

 

 

Alijó, 19/08/2022

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 20 de junho de 2022

A casa poema de sonhar

 

Verde são estes olhos de dormir

Enquanto há palavras na fogueira,

Verde são os poemas de amar,

São as lágrimas de chorar;

Verde são as noites sem dormir,

São as noites junto à ribeira…

Verde são as ondas do mar

Que brincam na lareira.

 

Verde é a solidão

Sob o tórrido silêncio de escrever,

Verde é a palavra envenenada

Que tento adormecer na alvorada.

Verde sentido só possível neste coração…

Verde as nuvens do entardecer,

Que escondem socalcos enxada,

Como se o universo fosse morrer,

 

Como se o universo fosse verde aldeia.

Verde cansaço madrugar,

Que escondo no Ujo luar,

Verde que sofre, verde das almas roubadas,

Verde alegre das lágrimas semeadas.

Verde são os olhos de chorar,

Verde são os versos das janelas arrombadas

Na casa verde, na casa poema de sonhar.

 

 

Alijó, 20/06/2022

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

A voz melódica da manhã

 

(Dois mil e quinze, foi uma merda; dois mil de dezanove, foi uma merda e, dois mil e vinte, contra tudo e todos, foi maravilhoso).

 

A alvorada voz da manhã,

Quando a terra se encosta ao Douro e, descansa.

Descansa a alma,

Descansa a mão inanimada da esperança,

Descansa o menino,

Descansa,

Descansa a criança.

Descansa o raio que o parta,

Quando subo à montanha e,

Uma fotografia, que descansa,

Descansa a vida malvada.

Ai, menino,

As suas mãos são de oiro,

São castanhas, são cinzentas manhãs em Paris,

Descansa,

Descansa corpo santo,

À voz de quem o diz.

São palavras,

São desenhos,

Descansa mão do artista…

Descansa, descansa mundo,

Na voz melódica da manhã,

Que descansa sem se ver,

Descansam as palavras,

Descansam todos os versos;

Descansa sua beleza,

Nos cadernos de escrever.

 

 

Francisco Luís Fontinha, 01/01/2021

terça-feira, 7 de julho de 2020

Lua mulher corpo de luz


Lua mulher,
Corpo de luz,
Palavras vadias,
Cansaço dos dias,
Luz,
Corpo de lua,
Luar,
Em desejo,
Nua…
Abraçada ao mar.
Luar de mulher,
Palavras de vento,
Sorriso de gente,
Papel quadriculado,
Lua,
Corpo abençoado,
No tempo,
Quando desce a ribeira a montanha da fome,
Em delírio,
Sem nome.
Corpo,
Olhos de pergaminho,
Pássaro cantante,
Dançando no ninho,
Socalcos nos braços,
Enxada na mão,
Mulher em poesia,
Mulher em abraços.
Soluços da madrugada,
Luar,
Mulher desejada,
Na luz,
No poema…
Na alvorada.


Francisco Luís Fontinha
07/07/2020

domingo, 14 de junho de 2020

A rocha envenenada


Sou uma rocha,

Que dispensa o sono,

Plantam-se rosas no seu sorriso,

Gritam-se silêncios de revolta,

Entre paredes amarelas e sem juízo,

Sentado no trono,

Correndo pela seara,

Sem ninguém à volta,

Sem ninguém no terreno,

Sou uma rocha,

Aquela palavra proibida,

Suspensa no livro sereno.

Sou tudo aquilo que possam imaginar,

Desde pedra a foguetão,

Desde verso a palavra envenenada,

Desde o mar,

À triste canção.

Sou.

Muros de xisto olhando o rio,

Cansaço,

O frio,

Sou socalco maltratado,

Corpo,

Ferro,

Enxada calcinada na sombra do Senhor,

Sou. Sou pedra.

Palavra desejada.

Enxada,

Veneno da madrugada,

Sou rocha,

Sou tudo,

Não sou nada.

 

 

Francisco Luís Fontinha

14/06/2020

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

A galáxia da paixão


(para ti, meu amor)

 

 

Desenho nos teus lábios o silêncio do desejo.

Procuro na tua mão a galáxia da paixão,

E todas as estrelas do Céu.

Trago na algibeira as lágrimas do rio,

Que afagam os teus seios…

Escrevo no teu corpo… amo-te…

E sinto que pertenço ao sorriso do mar.

Pinto no teu púbis os socalcos do Douro…

Lá longe um barco apita,

Olhas,

Abraças-me,

E ficas eternamente alicerçada aos meus braços.

Depois abrimos um livro,

Lemos um poema,

Beijo-te,

Sem perceber que a morte é um esqueleto de aço,

Que dói,

E perde-se no deserto das amarras silenciadas pela tempestade.

(Desenho nos teus lábios o silêncio do desejo.

Procuro na tua mão a galáxia da paixão,

E todas as estrelas do Céu.)

E percebo que estou apaixonado pelas palavras que te digo.

 

 

 

Alijó, 07/08/2019

Francisco Luís Fontinha

domingo, 16 de junho de 2019

Todos os livros


Constrói o teu tumulo no silêncio da noite.

Alicerça no teu sorriso todas as palavras da tarde,

Como se fossem cadáveres…

Suspensos nas arcadas da solidão.

Grita.

Corre.

Desce os socalcos até ao rio, senta-te, e, dorme.

Constrói o poema na tua mão,

Abraça-o e foge.

Leva contigo os lábios da madrugada,

Todas as lâmpadas da cidade,

Esconde-te na face oculta da montanha,

Para que ninguém te veja,

Observe,

Absorve,

Os telegramas das ruelas sem saída…

Todas as noites.

Todos os dias.

Constrói em ti os livros não lidos,

Os lidos,

E aqueles que não tens vontade de ler,

Porque são cansativos,

Monótonos…

Ou sorrisos de sofrer.

E nunca te esqueças que o amor,

Todo o amor,

É um espelho cansado,

Perdido na cidade….

 

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

16-06-2019