As
máquinas infernais do sofrimento não cessam de chorar,
Escavam
o corpo até que a madrugada surja no horizonte,
Os
ruídos sinusoidais da pequena vergonha de viver
Adormecem
como cães raivosos deitados ao luar,
Chamo
por ti, meu querido mar…
E
sinto na arte de escrever
O
sinfónico e desgraçado monte,
Sou
uma alma aborrecida.
Sou
uma alma faminta.
Os
pássaros quando brincam na minha janela
E
lá longe acordam as planícies de cartão
Dos
dias desesperados à luz da vela,
Sou
uma alma sem coração.
As
máquinas infernais do sofrimento não cessam de chorar,
Escavam
o corpo até que a madrugada surja no horizonte,
Uma
criança não se cansa de brincar…
Entre
risos e papeis na casa do rinoceronte,
Sou
uma alma faminta…
Sou
uma alma aborrecida…
Sou.
Sou
Uma
alma
Sou
uma alma sem tinta.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
14 de Junho de 2017
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