quinta-feira, 15 de junho de 2017

Fuga


Embrulho-me no fumo dos meus pobres cigarros,

Um cobertor obscuro de silêncio evapora-se no meu quarto… e rumo à janela desaparece no rio das pontes invisíveis,

Sinto o orvalho clandestino e secreto do teu sorriso,

Os barcos ancoram nos teus braços de silício…

E tenho medo de perder-te na escuridão do deserto,

 

A falência dos meus órgãos começa em cada Primavera,

E a vida é um destino longínquo de sofrimento…

Junto às tangerinas,

 

Morro na tentação de me evadir deste presídio abandonado,

 

Junto à janela,

 

Sentado na tua solidão.

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 15 de Junho de 2017

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