Quase
Engenheiro/Quase Palavra/Quase Tudo/Quase Nada…
Quase
Artista/Quase dançarino/Quase Estilhaço,
Quase
Vidro.
Quase
Bala/Quase Aço.
Quase
Bola/Quase Pedra/Quase Espingarda/Quase Tesoura da Poda/
Quase Objecto/(Objecto Quase).
Quase.
09/02/2024
Quase
Engenheiro/Quase Palavra/Quase Tudo/Quase Nada…
Quase
Artista/Quase dançarino/Quase Estilhaço,
Quase
Vidro.
Quase
Bala/Quase Aço.
Quase
Bola/Quase Pedra/Quase Espingarda/Quase Tesoura da Poda/
Quase Objecto/(Objecto Quase).
Quase.
09/02/2024
Árvore do seu viver
Árvore que dança na
alvorada
Árvore que sofre para
viver
Árvore que não desiste
quando está cansada,
Árvore em destino luar
E das estrelas amanhecer
Árvore de lágrima no
olhar
E das tempestades de
sofrer,
Mulher árvore da árvore
que não tomba
Quando o vento sopra de
nortada
Quando o vento se veste
de sombra,
E sem perceber que há um
círculo de luz
Na sua mão amarrotada,
Da sua mão árvore na
árvore que a noite seduz.
Francisco
Fascina-me o xisto,
Minha querida,
Não sei…, mas… muitas lâminas…
Em cada lâmina, está uma
carta escondida,
E sabes, minha querida,
Dentro de cada carta está
uma morada,
E nessa morada,
Talvez esteja Deus…
Fascina-me o xisto,
E todos tivemos um Tablet
(lousa) topo de gama…
Só na Casa Grifo,
Bom e barato.
Não, minha querida,
Não gosto do xisto apenas
pela paisagem do nosso Douro…
Não,
Começo a ficar cansado de
olhar tantos socalcos.
Como de tudo, minha
querida…
Começo a ficar cansado…
Mas o xisto,
O xisto fascina-me…
Claro está, minha
querida,
Claro está que o xisto
nunca será jóia de adorno de uma mulher,
Porque é feia…
(a jóia construída em
xisto, não a mulher)
Só se esta jóia servir
apenas para a mulher atirar à cabeça do filho da puta que a espanca…
E aí, a jóia construída de
xisto…
Seria a jóia mis linda do
Universo…
Mas Deus não quer
E leva os bons e deixa os
filhos da puta…
Tanto filho da puta.
Por aí,
Andando à caça de algo
extraordinário…
(dizem que esta zona é
boa em caça)
Algo de extraordinário,
minha querida…
Tipo…
Tipo uma vaca com três
cabeças e que dorme todas as noites sobre o Plátano de Alijó?
Que escândalo, meu
querido…
Porque a vaca tem três
cabeças?
Porque a vaca com três
cabeças dorme todas as noites sobre o Plátano de Alijó…?
Não meu querido…
Aumentou novamente a
gasolina.
Fascina-me o xisto,
Minha querida,
Não sei…, mas… muitas lâminas…
Em cada lâmina, está uma
carta escondida,
E sabes, minha querida,
Dentro de cada carta está
uma morada,
E nessa morada,
Talvez esteja Deus…
E se não estiver…
Espera que ele apareça.
Alijó, 16/05/2023
Francisco Luís Fontinha
Que todas elas
Têm nas mãos a singela madrugada,
Têm no sorriso, às vezes,
as lágrimas deixadas pelo luar…
No final da noite estão cansadas…
Cansadas de lutar,
Cansadas de gritar,
Que todas elas
São mulheres… e são mães
em flor de mar,
Que todas elas são tempestades,
Que todas elas…
São os poemas
E depois… são saudades.
Alijó, 05/05/2023
Francisco Luís Fontinha
Ser mulher é…
Ser mulher é ser flor,
Poema em cada dia,
Ser mulher é poesia,
É alegria,
Ser mulher é…
Ser mulher é ser mãe,
É ser companheira,
Amante…
Ser mulher é…
Ser mulher é ser a tua escultora,
Ser mulher é ser vida,
Vida que labuta dentro
dela,
Ser mulher é aquela que
te carrega,
Que te carrega e leva
pancada do marido do namorado do companheiro do amante… (da puta que os pariu)
Que de um pequeno nada,
Passas a ser…
Tudo, para ela,
Ser mulher é ser um
pedacinho de silêncio,
Um olhar no interior de
uma janela,
Ser mulher é a palavra,
O dia,
A noite,
A noite depois do dia,
Quando do dia…
Quando do dia,
Foge a noite,
E poisa na cabeça dela,
Ser mulher é…
Ser mulher é ser o jardim
do paraíso,
Às vezes,
Às vezes ser mulher
também é ser…
Uma complexa equação
diferencial,
Ordinária,
Não, não a mulher…
Mas a equação,
Ser mulher é…
Ser mulher é literatura,
é ser pintura… é ser mulher,
Ser mulher é a paixão,
Quando a paixão voa sobre
o mar,
E se não fosse a mulher,
Que é a tua mãe…
Tu,
Tu nem sequer sabias
desenhar…
O cheiro do mar,
Tu nem sequer sabias o
que era o mar,
E tudo,
Tudo porque Deus,
Sim, Deus…
Teve a feliz ideia de
desenhar a mulher…
No sorriso do mar.
Alijó, 01/05/2023
Francisco Luís Fontinha
Mulher,
Silêncio que se despe em
mim,
E mergulha na noite em
papel;
A ousadia de viver,
Vivendo neste jardim,
Jardim a crescer,
Junto a este hotel.
Mulher,
Canção envenenada,
palavra em revolta.
Mulher, criança mimada,
Mimada à minha volta.
Mulher,
Flor silêncio que se
despe em mim,
Da noite em combustão,
Mulher,
Mulher de mim,
De mim, corpo paixão.
Mulher,
Corpo vestido de morte,
Cansaço desta montanha
apagada,
Morte de má sorte,
Sorte em ser geada.
Mulher,
Que te vestes de mulher,
E ousas ser outra mulher.
Não te vistas,
Nem te ouses.
Mulher é mulher,
É poema,
Verso enfeitado,
Mulher é flor;
Não o sejas porque alguém
o quer,
Porque mulher
É chama,
É livro envenenado,
É palavra e é amor.
Mulher,
Mulher é mulher,
Mulher é flor,
Mulher é amor.
Mulher,
Silêncio que se despe em
mim,
E mergulha na noite em
papel;
Mulher,
Não queiras ver o meu
jardim,
Jardim de mulher,
Mulher
É amor,
É flor;
Mulher
É mulher,
Mulher é palavra semeada,
Mulher,
Mulher é livro, mulher é
batel,
Mulher é poesia
encantada,
Mulher,
Mulher é mulher,
Mulher de geada.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 4/12/2021