Atravesso
a cidade amedrontada,
Finjo
não existir nas ruas sem saída,
A
morte tem o seu encanto,
A
partida… o não regressar nunca mais,
Atravesso
a cidade sonâmbula que há em mim,
Deito-me
no rio…
Sofro,
Choro,
E
dizes-me que amanhã serei apenas poeira envenenada pela saudade,
A
viagem às catacumbas do sono,
Invento
desenhos no teu corpo,
Viajo
incessantemente na sombra dos aciprestes…
E
toco com a mão a fresca água da tua nascente,
Sofro,
Choro…
Enquanto
houver luar.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
4 de Julho de 2017