(para
a minha mãe)
Anoitecia
sobre os teus ombros, sombras de sal voavam no teu olhar, como
serpentes de papel a brincar numa árvore, eu brinco, tu brincas...
Amanhã?
A
luz, os anzóis da tristeza suspensos nos desejos de cristal, não
durmo, os sonhos, morrem os sonhos, morrerem as amendoeiras em flor,
E
eu,
E
eu?
Amanhã,
cor-de-rosa, húmidas canções de Primavera nas ilhargas do
silêncio, habito, tu habitas e ele
Habita?
Onde,
onde?
Ele
perdido numa tragédia serrana, a montanha crescia, e ele
Habita,
Anoitecia,
e ele caminhava ribanceira abaixo, entra nos picos da alegria... e
todo o corpo desenhado, círculos de sangue vagueando nos seus
braços, tive medo, mãe, amanhã, mãe, amanhã saberás porque
existem os cavalos de areia, aqueles
Como
os do Mussulo»
Sim,
mãe, sim... como os do Mussulo...
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
8 de Março de 2015
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