Por
este rio doirado,
Entre
rochedos e socalcos de perder o olhar,
Entre
sombras e vinhedos,
Por
este rio amado,
Afugentando
enxadas e medos
No
silêncio madrugar,
Por
este rio cansado,
Onde
o horizonte se esquece de acordar
E
os homens labutam até à morte,
Por
este rio apaixonado,
Onde
crianças sem sorte
Foram
condenadas a trabalhar,
Por
este rio doirado,
Que
a alma não esquece…
E
o corpo sente o cansaço,
Por
este rio embriagado
Pelo
sol aquece
E
dorme num pequeno abraço.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
03/09/2022