sábado, 3 de setembro de 2022

Rio Douro

 

Por este rio doirado,

Entre rochedos e socalcos de perder o olhar,

Entre sombras e vinhedos,

Por este rio amado,

Afugentando enxadas e medos

No silêncio madrugar,

 

Por este rio cansado,

Onde o horizonte se esquece de acordar

E os homens labutam até à morte,

Por este rio apaixonado,

Onde crianças sem sorte

Foram condenadas a trabalhar,

 

Por este rio doirado,

Que a alma não esquece…

E o corpo sente o cansaço,

Por este rio embriagado

Pelo sol aquece

E dorme num pequeno abraço.

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 03/09/2022

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