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domingo, 27 de novembro de 2022

Tempestade

 Trazes-me o sono

E as noites fugindo de mim

Trazes-me o silêncio

As palavras

Trazes-me a madrugada

 

Trazes-me a tempestade

Dos Domingos a olhar o mar

Trazes-me todos os barcos

E todos os peixes

E trazes-me este triste olhar

 

Trazes-me a chuva

Trazes-me a neblina matinal

E as nuvens em luar

Trazes-me a voz

E a vontade de gritar.

 

 

 

 

Alijó, 27/11/2022

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Estrelas de papel

 

Semeio as estrelas de papel

Nas lágrimas dos teus lábios,

E não são beijos,

Porque esses,

Poiso-os cuidadosamente no teu olhar.

 

 

Alijó, 21/11/2022

Francisco

domingo, 13 de novembro de 2022

Este mar salgado

 Visitas-me enquanto ardem na lareira os pequenos pedaços de sono, na parede da sala, as minhas mãos envenenadas pelo mar salgado da infância, olham-te, e percebo que me morres a cada mínimo cansaço da manhã,

Curiosamente,

O vento leva-te de mim à velocidade de um simples olhar,

E olho-me no espelho silenciado das palavras que sobejam das janelas entreabertas e que nos transportam para as noites de paixão.

Define-me paixão.

Uma pedra preciosa nas mãos de Deus.

Não percebi, mas acredito que o mar começa a correr para as montanhas e que os pássaros que poisam sobre as árvores são apenas sombras em papel.

Um olho de vidro, come-nos, como nos comeu a serpente que todas as manhãs de Primavera entrava em nós e nos libertava da escuridão,

A escuridão dos teus lindos olhos de pequenino incenso,

Abro-te e beijo-te, enquanto me aprisiono às cortinas de espuma que o mar trouxe e que voaram sobre o teu cabelo,

Sou omnipotente,

Enquanto me mato desta janela de vidro,

Oiço-te,

E beijas-me.

Então, sabendo que sou um crucifixo de medo, que transporto nos braços as algemas da timidez, beijo-te, e dos meus olhos pincelados de mar, transformo-me num barco que beija, transformo-me num barco que ama, transformo-me num barco que arde nos teus lábios,

Como assim, barco?

Um barco que foge da multidão,

Sentindo o medo de que esta lareira em paixão se extinga, e que sendo um barco, a luz diáfana da madrugada me embriague e me leve para ti, como esse pedaço de só que suspendes na parede nua de uma sala nua de uma madrugada nua de um corpo nu,

O teu corpo, mergulhado nos meus dedos.

Beijo-te.

Beijas-me e foges,

Enquanto tenho na algibeira a pobreza e a melhor das riquezas,

Os meus olhos, meu querido?

E pergunto-me,

O que têm os teus olhos que os meus olhos não têm?

A paixão,

E que Deus nos perdoe,

Como dizem que perdoou,

Enquanto os meus lábios mapearam cada milímetro quadrado do teu corpo travestido de seda púrpura e lantejoulas envergonhadas,

Em que pensas, meu adorado barco de insónia?

Nas metades da laranja dos primeiros dias da semana,

E o fogo inventa em ti as pobres migalhas que o pão deixou sobre a mesa, a mesma mesa onde descobriste que as minhas mãos eram apenas poemas incendiados numa qualquer lareira que traziam os teus braços ao meu pescoço, e

Como assim, barcos de ninguém?

Sem nome, sem identidade, sem palavras e sem destino

O sonho?

Porque são frias as manhãs dos teus lábios, meu amor?

E porque choram, sim, e porque choram as nuvens do teu cabelo?

Uma avenida engalanada sempre que chove e sempre que chove,

Sem destino,

Este pobre menino de porcelana falsificada pelas mãos do artesão que traz no peito os cigarros da noite anterior e que tal como o barco

Arderam em ti como camuflados cinzentos que o orvalho deixa nas escadas de acesso ao sótão.

Visitas-me enquanto ardem na lareira os pequenos pedaços de sono, na parede da sala, as minhas mãos envenenadas pelo mar salgado da infância, olham-te, e percebo que me morres a cada mínimo cansaço da manhã,

Curiosamente,

Olho-me nessa parede de sono,

E acredito,

E sei;

Sou apenas eu, o tímido e envergonhado marinheiro de uma Lisboa mergulhada no falso oiro, nas falsas palavras, nos falsos apitos em triste tesão

Como um cacilheiro de cigarro na boca à procura de engate,

Entre os parêntesis dos teus seios,

As minhas mãos erguidas para Deus.

Oiço-te.

Porquê?

 

 

 

 

 

Alijó, 13/11/2022

Francisco Luís Fontinha

(ficção)

terça-feira, 18 de outubro de 2022

As palavras da Primavera

 

Procuro nos teus lábios

As cerejas da Primavera,

Procuro no teu olhar

As palavras da Primavera,

E o que seria de mim…

Sem as cerejas,

Sem as palavras,

Da Primavera.

Procuro em ti

Todos os silêncios da Primavera,

Das andorinhas da Primavera

Roubo os teus lábios,

Roubo os teus olhos

Que apenas a Primavera…

Sabe escrever sobre o mar.

Tenho em ti,

Todos os pincelados desejos da Primavera…

E percebo que este mar que só habita na Primavera,

Procura incessantemente as tuas mãos,

Também elas, filhas da Primavera;

E enquanto procuro nos teus lábios

As cerejas da Primavera…

Vem a mim a alegria da Primavera,

E traz-me todas as palavras da Primavera.

 

 

Alijó, 18/10/2022

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

A janela do teu olhar

 Quando abres a janela

Do teu olhar,

E um lençol de lágrimas

Poisa na vidraça da manhã,

Não te apoquentes,

 

Há dias de chuva

Onde um lindo sol está a brilhar,

Há dias frios,

Dias quentes…

Quando abres a janela

 

Do teu olhar,

E num lindo dia de sol,

Trazes contigo as lágrimas

Que poisam na vidraça da manhã,

Lembra-te do mar…

 

Sempre em movimento,

Sempre acorrentado às marés…

e… amado por todos,

e sempre a sonhar.

E se um lençol de lágrimas

 

Poisa na vidraça da manhã,

Fica tranquilo, porque há sempre um poema

Na tua mão,

Um poema proibido,

Um poema de um lindo dia de sol…

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

17/10/2022

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Pedacinho de desejo

 

Se eu lançar

Um grama do teu desejo

Em direcção à lua,

À velocidade da luz,

Demoraria cerca de um vírgula vinte e cinco segundos,

 

Imagina que esse grama do teu desejo

Era lançado contra o sol,

À velocidade da luz…

Esse pedacinho de desejo

Demoraria cerca de oito vírgula três minutos,

 

Entre estar sentado

Na lua,

Ou dormir no sol,

Escolho certamente a lua…

Porque o grama do teu desejo

 

Chegará a mim mais rapidamente…

E se estiveres nos meus braços,

Quanto demoraria a chegar a mim um grama do teu desejo?

Instantâneo?

Ou assim, assim…

 

Ou nem por isso…

Agora imagina que eu queria quantificar

O silêncio do teu olhar,

Ou a área dos teus beijos,

Ou… deixa estar; nunca o conseguirei!

 

 

 

Alijó, 06/10/2022

Francisco Luís Fontinha

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Uma pequena lágrima de um pequeno olhar

 Deixo uma pequena lágrima

Em cada livro que leio,

Pinto uma pequena lágrima

Em cada sorriso que se alicerça ao meu olhar…

Deixo uma pequena lágrima

Em cada pedacinho de mar,

 

Deixo um pequeno olhar

Em cada manhã, em cada tarde, em cada noite de mim…

Deixo uma pequena lágrima nas palavras que escrevo,

Nas paredes invisíveis que desenho,

Deixo um pequeno olhar

Na sombra diáfana do luar,

 

E de lágrima em lágrima,

De olhar em olhar…

Há uma pequena lágrima em saudade,

Que grita e se revolta,

Há um pequeno olhar em liberdade,

Que habita e se abraça aos pássaros nocturnos da insónia.

 

 

 

Alijó, 28/09/2022

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

O sono

 Invento o sono,

Invento as palavras que me acompanharão

Quando eu for um barco em pequenos voos sobre o mar,

Invento o sono,

Invento as imagens lapidadas e que poisam sobre o meu corpo,

E sem que eu perceba,

Trago ao pescoço uma corrente invisível…

De muitas palavras.

 

Invento o sono,

Sabendo que transporto nas mãos

A caneta assassina das manhãs de poesia,

Invento o sono,

Porque percebi que da noite alimento as minhas dores,

Sabendo que amanhã chove,

Que amanhã uma criança com fome

Irá para a escola carregando uma mochila sonâmbula

 

E prisioneira das pequenas lágrimas de saudade,

Invento o sono,

Queimo todas as fotografias,

Semeio sobre a tua sombra

As lâminas do desejo,

Invento o sono,

Enquanto sobre a mesa da sala…

Uma pilha de livros se despede de mim.

 

Invento o sono,

Invento o prazer carnívoro dos cinzentos pássaros

Que desde a minha infância habitam no meu peito,

Invento o sono,

Puxo de um cigarro,

Disparo a bala de prata que os teus olhos escrevem na maré…

Invento o sono,

Não percebendo que vivo, não percebendo que respiro… inventando o sono.

 

 

 

Alijó, 16/09/2022

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Fugimos, hoje?


É noite,

E hoje não estou ao teu lado.

É noite,

Começa em mim a procissão do adeus,

Nas lâminas incandescentes dos teus lábios,

Não, não estou apaixonado,

Nem pela madrugada,

Nem pela tempestade…

Apenas te oiço nos lençóis do mar.

É noite,

Abro a janela e apenas um fio de luz no teu olhar,

O silêncio espetado no teu corpo,

Como a espada que tenho na mão,

Para assassinar a noite.

Vou matá-la.

É noite,

É noite e os livros já dormem,

Como crianças,

Na cama da saudade.

As ruas sem ninguém,

Nem transeuntes,

Nem automóveis,

Nem submarinos,

Apenas petroleiros fundeados junto à porta de entrada;

Fugimos, hoje?

Para as grutas da montanha envenenada pela solidão,

Os amantes, as amantes, lambem-se entre quatro paredes envelhecidas,

Mortas,

Perdidas.

É noite,

É noite e não consigo pegar na tua mão…

Talvez amanhã o consiga…

Amanhã.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

19/04/2019

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Os teus olhos


Os teus olhos são o mais belo livro de poesia,

Uma canção,

Uma melodia.

Os teus olhos são a escuridão,

Nocturna das almas perdidas,

As palavras prometidas.

Os teus olhos são a mais bela pintura, do teu corpo,

Nua…

Na despedida.

Os teus olhos são a geada,

A cidade endiabrada,

Quando me olhas debaixo do luar,

E, ao longe, sei que habita o mar,

E o jardim das flores apaixonadas.

Os teus olhos, meu amor, são as tardes de brincadeira,

O baloiço de uma criança,

Quando desce a ribeira,

E o meu olhar te alcança.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

04/04/2019

sábado, 5 de maio de 2018

Sinfonia


Sentia-me obtuso com a tua simplicidade dos jardins adormecidos; uma flor poisa ruidosamente no teu rosto. O acordar!

Sentia-me confuso com o silêncio dos teus lábios, flácidos, cansados das minhas pobres mãos,

O sono.

Sentia-me perdido na seara da solidão,

Quando os pássaros escreviam palavras na eira, era Verão, e a candeia perdia-se sobre a mesa do esquecimento,

Me levanto,

E pego no Sol.

Me levanto,

E pego no silêncio que traz o Sol,

Sentia-me uma pomba quando o teu corpo desleixado aterrava no meu olhar,

Uma réstia de alegria,

Uma sinfonia para brincar…

E ouvia desenfreadamente os sons da alvorada.

Como eu queria ser criança…

 

 

 

Alijó, 5 de Maio de 2018

Francisco Luís Fontinha

sábado, 1 de julho de 2017

O homem do mar


Sentas-te no meu colo como dois pilares de areia envenenados pelo silêncio,

 

Oiço a tua respiração romper a manhã,

Ainda o sol não acordou,

Pego na tua mão,

Desfeita de aventuras,

E ternuras,

Que o tempo levou…

 

E perdeu no chão,

A chave do teu coração,

 

Sentas-te na minha sombra, menina do teu olhar,

 

Desfeito em lágrimas o amanhecer ausente,

Duas portas sem saída,

Nesta cidade perdida…

Perdida que não sente,

 

Porque te sentas,

Em mim,

 

Todos os dias loucos sem madrugada,

 

Oiço a tua voz pergaminho,

Perdida na brancura da razão,

Estou só, e sou um ninho…

Um ninho na solidão,

 

Sentas-te em mim,

 

Um homem construído de mar.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 1 de Julho de 2017

domingo, 15 de novembro de 2015

luminosidade abstracta da noite


a tempestade de silêncios que adormece no meu peito

enquanto tu, meu amor, gritas o meu nome entre os rochedos do inferno

a sombra dos teus lábios

o cansaço das tuas mãos

me adormecem

e me fazem fugir para a montanha imaginária

a fuga

a tempestade de silêncios que há em ti

e só agora percebi

a luminosidade do teu olhar

quando não cresce a noite

na minha solidão

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

domingo, 15 de Novembro de 2015

sábado, 10 de outubro de 2015

Os desenhos do amor


Os vampiros da noite

Ente os aplausos e o derradeiro Adeus,

Do silêncio teu corpo

A alvorada impressa na sombra do teu olhar,

Do silêncio teus lábios

A madrugada a mendigar…

Nos vampiros,

Da noite,

A gaivota apaixonada voando sobre os desenhos do amor,

As palavras embriagadas

Dormindo nas esplanadas sem dono

Perdidas na cidade,

 

E eu aqui,

Sentado,

À tua espera…

 

Os vampiros da noite

Descendo as escadas da paixão,

Descendo até à profundidade da solidão,

Trazes-me um livro,

Pegas na minha mão,

Não falas,

Não sorris porque a escuridão engole-te…

E mais uma vez desapareces,

Transformas-te em poeira…

Cinza,

Sanzala inabitada,

Sem meninos… sem nada.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 10 de Outubro de 2015

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O grito


(Fontinha – Setembro/2015)
 
 
Lembrei-me de ti, hoje, e das fotografias tiradas quando se escondia a noite nos coqueiros junto ao mar,
Lembrei-me da solidão
E dos passeios agarrado à tua mão,
Lembrei-me de ti, hoje, e das palavras que escrevias no meu olhar,
Como se eu fosse uma fina folha em papel,
Sofrida,
Cansada de ser riscada,
Velha e tonta… amada,
Lembrei-me de ti, hoje, e das tardes a desenhar os barcos em cartão,
Sós no imenso Porto de embarque e desembarque… sem destino algum,
Ensinaste-me o que eram as montanhas vestidas de branco,
Ensinaste-me o sabor da geada…
E hoje, e hoje lembrei-me de ti e das tuas lágrimas choradas,
Quando acordava a madrugada…
E eu, e eu sem sono… sem sono… gritava.
 
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 21 de Setembro de 2015
 


quarta-feira, 4 de março de 2015

Olhares em beijos de luar...


Esboço os teus olhos na carlinga nocturna do prazer
finjo caminhar sobre as pedras íngremes do silêncio
em vulcão
as palavras desalmadas do caderno negro
as imagens da melancolia
no espelho secreto dos teus seios
fujo
e sem regresso...
imagino os rochedos da insónia
mergulhando na constelação do adeus
o plágio mágico de uma fotografia
e a simplicidade dos sentidos embainhados nas florestas em solidão
canso-me
e fujo
dos lábios em desejo
como as formigas procurando alimento
nas esplanadas da dor
esboço os teus olhos
o esquisso em desassossego dentro da caixa de madeira
janelas
portas
o segredo
quando os dardos envenenados atingem mortalmente o peito do artista
o circo ofegante
em murmúrios e pequenos gestos pincelados de sangue
os aplausos falsos
e os falsos sorrisos
na aldeia
entre ventos e tempestades de areia
sinto em mim o mar
e todas as marés do amor
o poeta adormece junto ao rio
escreve na espuma tingida de saudade
e canso-me
das palavras
e dos olhares em beijos de luar...



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 4 de Março de 2015

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Imagens a preto e branco


Há nas cinzas do teu olhar
imagens a preto e branco,
palavras de amar,
poesia,
sílabas com odor a cansaço,
há nas cinzas do teu olhar
flores,
pedras,
cubos em madeira...
e gaivotas de brincar,
há nas cinzas do teu olhar
a poeira do meu corpo travestido de luar...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Luminosidade


A luminosidade tangente ao teu olhar
entre círculos
quadrados
e buracos
há no teu corpo equações sem solução
resmas de papel quadriculado
em chamas
e feridas no coração...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 5 de Janeiro de 2015

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

As sombras do poema...

(desenho de Francisco Luís Fontinha)



Sílabas desencantadas com as minhas tristes palavras,
vírgulas... suicidadas
na árvore azul da parede de gesso,
do outro lado... o espelho do teu olhar,
... o meu rosto parece um verme faminto,
... o meu corpo sobrevoa as sombras do poema...
sem título,
sem dedicatória...
sou uma nódoa envelhecida,
que desce as profundezas do desejo,
sou um esqueleto sem estória...
um pedaço de papel em brasa,
sílabas,
desencantadas,
tristes palavras,
que o tempo alimenta e o luar desenha (no espelho do teu olhar)
as canções emagrecidas,
as cordas voláteis dos homens sem cidade para vomitar...
sem título,
sem dedicatória... nem arma para disparar.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 2 de Dezembro de 2015