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sábado, 15 de outubro de 2022

As palavras de matar

 São estas as palavras que te vou deixar,

São estas as cinzas das palavras incendiadas

Que te vou deixar, quando partir.

Também te vou enviar

As cinzas dos quadros que vou queimar,

E depois de encaixotar,

Enviar,

Ao destinatário,

 

São estas as palavras que te vou deixar,

Depois de lhes retirar o veneno,

São estas as palavras,

As minhas palavras…

São estas as palavras de matar,

Matar o fogo que se liberta destas mãos,

Que escrevem,

As palavras que te vou deixar,

 

E enviar.

São estas as palavras que te vou deixar,

E semear,

Na terra que nunca foi minha,

Que nunca será minha. São estas as palavras,

As minhas tristes palavras,

Em pedacinhos de cinza,

E orar; amém.

 

 

 

Alijó, 15/10/2022

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Cinzas entre relógios de pulso


Não tenho tempo,

Cessaram os relógios de pulso no meu peito fictício,

Ambulante circo de cidade em cidade,

De montanha em montanha,

O tempo escoou-se no aéreo sonho da noite,

Morreu,

Partiu em direcção ao mar…

Olho as minhas cinzas,

Embrulham-se na maré,

E nunca mais regressarão à minha mão,

Levo um livro na algibeira,

E uma caneta na boca…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 20 de Julho de 2015

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Imagens a preto e branco


Há nas cinzas do teu olhar
imagens a preto e branco,
palavras de amar,
poesia,
sílabas com odor a cansaço,
há nas cinzas do teu olhar
flores,
pedras,
cubos em madeira...
e gaivotas de brincar,
há nas cinzas do teu olhar
a poeira do meu corpo travestido de luar...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

cinzas ruelas o amor

foto de: A&M ART and Photos

as cinzas em ruelas
misturam-se no teu dúctil corpo de silício castanho
sei que deixaste de me ouvir depois das ferrugentas pontes de solidão dormirem nos teus lençóis de adormecidas nuvens brancas
senti pela primeira vez a dor
o sofrimento...
… o medo de perder as palavras que um dia deixarei para ti sobre a lápide do desejo
as cinzas
vão voar sobre os cortinados de nylon como cordas que aprisionam barcos às cidades de madeira
as cinzas
espalha-se sobre as tuas peugadas
vozes e lábios de cetim nas amoreiras janelas dos habitantes do jardim onde nos sentávamos...
… e dormíamos como sonâmbulos esqueletos apaixonados.


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2013