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quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Nos teus lábios

 Aos poucos, a mesa ficou vazia,

Aos poucos, a casa ficou vazia,

Tal como eu, só…

Aos poucos, davas-me a mão,

E aos poucos,

A mesa voltou à azafama de outros tempos,

E a casa,

Novamente em alegria.

 

Aos poucos, pensava que enlouquecia,

Aos poucos, acreditava que era impossível voltar a voar…

Aos poucos, com a tua mão,

Aos poucos me fui erguendo,

Aos poucos tropeçando…

E hoje és o meu poema e a minha canção…

Aos poucos vou desenhando sorrisos na manhã,

E escrevendo beijos nos teus lábios.

 

 

26/10/2023

domingo, 22 de outubro de 2023

Imaginação

 Encosta a cabeça ao meu ombro

Imagina que a lua poisa nos teus lábios

Imagina que o mar…

… que o mar brinca nos teus olhos,

 

Encosta a cabeça ao meu ombro

Imagina que o sol corre juntamente com o vento…

No teu cabelo,

Imagina que todos os pássaros cantam para ti

E que todas as manhãs

São manhã de algodão-doce,

 

Imagina o silêncio escondido na tua mão

Quando imaginas acariciar o meu rosto,

Também ele, imaginado por um louco,

Imagina que as gaivotas são filhas da preia-mar…

E que todos as estrelas-do-mar,

São imaginadas pela tua boca,

 

Que imagina o beijo

Encosta a cabeça ao meu ombro

Imagina a lua,

Imagina o sol,

Imagina a noite imaginada por um poeta,

Quando te despes vagarosamente…

E eu,

E eu imagino-te nos meus braços,

Baloiçando,

Até que depois ouvimos os gritos do mar…

 

 

22/10/2023

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Amo-te

 Desenho no teu ombro um beijo

Pego a tua mão de silêncio amedrontado

Acaricio-a e escrevo nela

O quanto te amo

E desejo dentro deste pequeno círculo de insónia

Perco-me e olho o tecto onde está pintado o mar

Oiço a tua respiração ofegante

Dos cigarros fumados

Aos cigarros que nos vão matar…

Pego na tua mão

E beijo o teu sonolento ombro

Como se fosse uma espada de medo

Em guerra com todas as árvores da floresta

 

Beijos os teus lábios

Tu olhas-me e beijas a minha mão

Mão que grita e escorraça a escuridão do nosso leito…

Mão que pega no lençol do desejo

E o esconde no teu ventre

Desenho no teu ombro um beijo

Pego a tua mão de silêncio amedrontado

Acaricio-a e escrevo nela

O quanto te amo

Dentro desta planície de palavras

Que te as ofereço

Embrulhadas nos meus beijos;

Amo-te.

 

 

28/09/2023

domingo, 2 de julho de 2023

Oceano

 

Dos teus lábios

Ausenta-se o silêncio em espuma

Crescem nos teus lábios

Oceanos

E bruma,

Planetas e exoplanetas….

Astrolábios

Barcos de guerra

E Galiões saltitantes,

Nos teus lábios

Há uma lágrima de sono

Que se mata,

Um cigarro confundido…

Que dispara contra a madrugada,

Dos teus lábios

Ausentam-se as estrelas inventadas,

As estrelas acorrentadas…

E as restantes estrelas,

Que não sendo estrelas…

Acreditam que são uma estrela,

Nos teus lábios

Acorda um desenho

Despe-se o Pôr-do-sol…

E ao longe,

Regressa o barco da solidão…

Dos teus lábios

Nos teus lábios

Há um livro…

Há um livro com um poema…

Há um livro com um poema e dentro desse poema…

Há um livro com um poema e dentro desse poema um outro poema…

Que me diz,

Que me segreda…

Que dos teus lábios…

Há um Oceano de beijos.

 

 

 

02/07/2023

Francisco Luís Fontinha

domingo, 9 de abril de 2023

Mar da Tranquilidade

 Podia beijar o Universo

Podia beijar todas as estrelas do Universo

E todas as flores do Universo

No entanto

Não trocava os teus lábios de mel

Quando a madrugada se deita na Primavera

Não trocava os teus lábios em desejo mar

Por todos os beijos do universo

 

E no entanto

Podia beijar o Universo

Todas as estrelas do Universo

E Deus

Deus que numa noite em desejo…

Criou todo o Universo

Para eu beijar

 

Podia beijar o Universo

Podia beijar todos os mares do Universo

E todas as árvores do Universo

E todos os peixes do Universo

E todos

Todos os pássaros do Universo

No entanto

Não trocava beijar os teus seios

Janela da maternidade

Mar da Tranquilidade

Nas noites em luar

Por tudo aquilo que o Universo me dá

 

Podia beijar o Universo

E todas as equações do Universo

Podia beijar o sol e a lua

Podia beijar o silêncio

E a paixão

Podia beijar o Universo

Todas as estrelas do Universo

E todos os buracos negros do Universo

Podia beijar tudo isso

Podia

No entanto

Prefiro beijar cada milímetro do teu corpo

Cada centímetro quadrado da tua pele em perfeito delírio

Podia

Mas sabes

Meu amor

Quero lá saber do Universo…

E dos beijos do Universo

Quando tu

Tu és o meu Universo.

 

 

 

 

Alijó, 09/04/2023

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Mão do sono

 Às vezes, são as palavras que não acordam,

Dormem profundamente no silêncio de uma flor,

Outras vezes, são as manhãs dos alegres sorrisos

Que descem do céu e poisam junto ao rio,

Às vezes, olho os pássaros que habitam no teu cabelo,

Árvore sofrida do Inverno…

 

E nas outras vezes,

Aquelas vezes em que esqueço, das vezes que recordo…

A mão do sono,

E percebo que de todas as vezes, tantas vezes,

O meu corpo balança nos teus lábios,

 

Dos teus lábios,

Que às vezes, de quase todas as vezes,

Roubo os beijos,

Todos os beijos que de tantas vezes…

Em todas as vezes,

Desenham em mim…

Escrevem em mim…

O pôr-do-sol,

 

Nas vezes que me sentei,

Nesta pedra de silêncio…

Desta pedra onde chorei;

Às vezes, são as palavras que não acordam,

Dormem profundamente no silêncio de uma flor,

Quando das tuas mãos, meu amor,

Das tuas mãos em delírio…

Regressam a mim as estrelas.

 

 

 

 

Alijó, 03/02/2023

Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Sonho amar

 Se eu pudesse,

Desenhava o sol no teu olhar

Quando a manhã fria e submersa na minha mão

Corre calçada abaixo em direcção ao mar,

Se eu pudesse,

Poisava o luar nos teus seios prateados

Que durante a noite procuram os meus lábios…

Meus lábios… amordaçados,

 

Se eu pudesse,

Escrevia no teu corpo invisível das nocturnas noites em desejo,

Quando da janela do teu olhar

Regressam a mim as Primaveras em flor,

E num silêncio beijo

Erguia do chão as lágrimas de chorar,

E todas as palavras semeadas no teu púbis amanhecer,

 

Se eu pudesse,

Cantar, escrever, sonhar… ou voar na tua boca,

O sol que te vou dar,

O luar que em ti vou poisar,

Se eu pudesse adormecer,

Apenas…

Enquanto as sílabas estonteantes

Brincam nesta pequena folha em papel amarrotado…

 

Ai se eu pudesse…

Colher todas as flores deste jardim

E libertar todos os pássaros aprisionados,

Abraçar-te,

E por fim,

Pincelar o teu corpo com os poemas da madrugada,

 

Se eu pudesse, enfim…

Tudo o que desejo,

Tudo…

Sem mais nada,

 

Do sonho, acordava…

E tudo o que eu queria,

Que eu sonhava…

Já o faço,

Faço-o a cada dia.

 

 

 

Alijó, 02/02/2023

Francisco

domingo, 15 de janeiro de 2023

Deus da ausência

 Do lápis negro

Carvão da ínfima linha do horizonte

Manhã que se suicida nas umbreiras do mar

Pedaço de rio

Quando na saudade

Um pequeno livro

Dentro do teu livro

Às palavras que grito

Quando o sono de inveja

Poisa no teu corpo.

 

Somo duas

Éramos três flores com espinhos

Quando a alma diz ao Diabo

Que do dia nada de bom

Porque só a noite te envenena

Na noite que te lamenta.

 

Verga-te

Deita-te dentro do sono

Quando uma laranja

Fica esquecida na tua mesinha-de-cabeceira.

 

O despertador acorda-te

Tu ergues-te

Tu vives

Enquanto dentro de ti

Em mim

Que sou eu

Morre.

 

Um docinho.

 

Poiso a cabeça

Sobre o teu peito

Teu seio direito

Beijo-o

Beijo-o porque está pertinho da janela

Da janela com vista para o Oceano

Abro-a

Beijo-o

Pego no pôr-do-sol

Ato-o a todos os barcos

Beijo-o

Puxo-os e acomodo-os no meu quarto

Volto ao teu seio direito

Beijo-o

Puxo-os

Eles dormem

Elas dormem

Morrem

Fumam

Deitam-se nas tuas coxas de incenso

E também eles

E também elas

Morrem.

 

Com o lápis escrevo

Apagas com a borracha

O que escrevo

Dos meus beijos

Às minhas mãos.

 

Grito.

Sinto-o dentro deste silêncio

Quando dentro das sanzalas

Uma criança

Pede pão

E um não

Pão

Quando o tempo

Se mata aos teus olhos

Dentro dos olhos

O querido Deus da ausência.

 

Fecho a janela

Deito a cabeça

Beijo o teu seio esquerdo

Deixo em poiso o teu seio direito…

E vou adormecer todos estes barcos.

 

 

 

 

 

Alijó, 15/01/2023

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

A luz

 Meu amor

Esta noite vou à caça de estrelas

Vou pegar algumas em azul

Outras de encarnado sangue

E outras em amarelo invisível,

 

Depois de ter as estrelas na mão

Coloco-as cuidadosamente no teu peito

Pego na tua mão

Pego na tua mão e pincelo os teus lábios de beijos,

 

Mas todas as estrelas que possa caçar

Que podem ser infinitas

É preciso muito mais do que estrelas

Para colocar no teu coração,

 

Meu amor

Talvez agora vá caçar flores

Poemas para te declamar

Quando sentados no chão

Ouvimos um invisível vinil…

E o mar poisa nas nossas mãos,

 

E antes que o invisível vinil se canse de girar,

Apago a luz,

E espero que o dia acorde em ti!

 

 

 

 

 

Alijó, 16/12/2022

Francisco Luís Fontinha

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Veludo mar

 Oiço o silêncio do fogo

Que cobre o teu corpo em veludo mar

Oiço-o e toco-lhe

E percebo que te contorces sobre a hipotenusa da paixão

E do triângulo rectângulo do desejo,

 

Todas as estrelas e todos os planetas poisam na minha mão.

A capsula do prazer

Em pequenas órbitas ao teu sorriso

Espera a minha voz para o acoplado beijo

Aquele que dará vida aos teus sonhos.

 

E este fogo que cai em ti

Traz a insónia

E a paixão;

E todos os peixes

E todos os barcos, são os poemas que te escrevo.

 

 

 

 

 

Alijó, 29/11/2022

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Noite de luar

 Não sei precisar

Quantos beijos posso escrever

Em cada milímetro quadrado da tua pele,

Tão pouco

Quantos poemas posso desenhar

Em cada milímetro quadrado da tua pele,

 

E se me perguntarem qual a raiz quadrada

Do teu olhar,

 

Sei precisar;

 

Um milhão de estrelas em desejo

E uma noite de luar.

 

 

 

 

 

Alijó, 28/11/2022

Francisco Luís Fontinha

domingo, 27 de novembro de 2022

Cinco mil beijos

 Tenho mais de cinco mil poemas publicados

Se cada poema fosse um beijo

Cinco mil beijos.

 

E quantas palavras têm os meus beijos?

E quantos beijos têm as minhas palavras?

Cinco mil beijos

Muitos beijos

Bocas

Lábios

Poemas e beijos

E companhia limitada.

 

Cinco mil palavras

Mais de cinco mil bocas

Outras tantas folhas em papel

Cinco mil beijos

Nos cinco mil poemas.

 

Quantos beijos tem uma palavras

E lábios?

Quantos lábios são cinco mil palavras

Dos cinco mil beijos?

 

Nos cinco mil poemas.

 

Cinco mil beijos publicados

Em muitas folhas em papel

Guardanapos manchados de vinho

Toalhas de restaurante

Tudo me servia para beijar

Os cinco mil beijos

Nos meus cinco mil poemas

Poemas de beijar.

 

Cinco mil beijos

Em cinco mil bocas

Em cinco mil pedaços de papel…

 

Cinco mil beijos.

 

 

 

Alijó, 27/11/2022

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Estrelas de papel

 

Semeio as estrelas de papel

Nas lágrimas dos teus lábios,

E não são beijos,

Porque esses,

Poiso-os cuidadosamente no teu olhar.

 

 

Alijó, 21/11/2022

Francisco

domingo, 23 de outubro de 2022

Sémen de amar

 Este beijo

Qualquer dia em demanda

Somos nada

Palavras

E dos lábios em saudade

Este beijo

Perdido na montanha

Que no corpo semeia

O sémen de amar

Este beijo

Menina perdida no mar

Ou se ergue de mim

Ou se suicida em mim

E coitadinha…

Assim vai morrer

Morrer nos meus lábios

 

 

Alijó, 23/10/2022

Francisco Luís Fontinha

domingo, 16 de outubro de 2022

Infinito adeus

 Da noite fria

Chegam a mim as tuas pinceladas lágrimas.

Trazes nas mãos as flores da tristeza,

Em voos contínuos, pequenas palavras,

Que o vento eleva até ao sofrimento,

 

Na noite fria

O infinito adeus,

A calçada morre, o rio foge e sobe a montanha,

Não me dês a alegria,

Não quero esta noite fria

 

Sobre os meus ombros em sofrimento.

E depois do adeus, e depois da saudade,

O terrível infinito em trágicas madrugadas,

E o silêncio emerge

Nos plátanos envenenados pela neblina,

 

Sofrem, as andorinhas em flor.

E na noite fria

Que se alicerça ao meu corpo dissecado pelo teu olhar…

Esta temida pedra,

Com os olhos postos no mar,

 

E há uma canção que grita,

Uma palavra que chora

Nesta noite fria;

Adocicado beijo,

Antes de acordar.

 

 

 

Alijó, 16/10/2022

Francisco Luís Fontinha