É
noite,
E
hoje não estou ao teu lado.
É
noite,
Começa
em mim a procissão do adeus,
Nas
lâminas incandescentes dos teus lábios,
Não,
não estou apaixonado,
Nem
pela madrugada,
Nem
pela tempestade…
Apenas
te oiço nos lençóis do mar.
É
noite,
Abro
a janela e apenas um fio de luz no teu olhar,
O
silêncio espetado no teu corpo,
Como
a espada que tenho na mão,
Para
assassinar a noite.
Vou
matá-la.
É
noite,
É
noite e os livros já dormem,
Como
crianças,
Na
cama da saudade.
As
ruas sem ninguém,
Nem
transeuntes,
Nem
automóveis,
Nem
submarinos,
Apenas
petroleiros fundeados junto à porta de entrada;
Fugimos,
hoje?
Para
as grutas da montanha envenenada pela solidão,
Os
amantes, as amantes, lambem-se entre quatro paredes envelhecidas,
Mortas,
Perdidas.
É
noite,
É
noite e não consigo pegar na tua mão…
Talvez
amanhã o consiga…
Amanhã.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
19/04/2019
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