Atravesso
a cidade da escuridão.
Poiso
as palavras no jardim das pilas mortas,
Jogando
às cartas,
Entretendo
o estômago com a saudade.
Sento-me
na tua algibeira,
Escrevo
palavras na tua mão,
Como
os livros da madrugada,
Antes
de acordar o dia do suicídio.
Batem
à porta,
Não
espero ninguém,
Não
abro porque pode ser a morte,
E
eu ainda não quero morrer…
Como
os homens,
Como
as mulheres,
Deixando
a vida desenhada na areia do rio.
Atravesso
a cidade,
Sento-me
na tua algibeira,
Fumo
um cigarro,
Acaricio
o teu cabelo de Pôr-do-Sol…
Como
é lindo o teu cabelo,
Solto
ao vento,
Travestido
de lágrimas.
Atravesso
a cidade da escuridão,
Como
fazem as serpentes na Primavera,
Rastejando,
Dançando…
No
teu ventre,
A
minha mão que te escreve; amo-te.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
18/04/2019
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