Em meu redor os
grãos de areia do deserto,
as serpentes de
vidro que trepam as árvores do meu quintal,
ao longe sei que
existe uma praia,
morta,
triste,
embrulhada nos
lençóis do sofrimento,
minto,
finjo sorrisos
quando apenas são desenhos abstractos,
palavras amorfas e
escritas por um louco,
e no meu corpo
suspendem-se os tentáculos da dor,
um carrossel de
chocolate que assombra os lábios do mendigo,
não sei porque
existo,
porque minto,
porque vivo...
porque me escondo...
e no meu corpo... a
montanha do adeus em desespero.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 4 de
Outubro de 2014