Prometeste-me uma
jangada de saudade
desenhaste em mim
uma rua sem saída
de uma qualquer
cidade,
naquela madrugada de
solidão
parti...
voei em direcção
ao infinito
naquela madrugada
sofri
gritei
não
não chorei
porque a jangada
prometida
se afundou nas tuas
mãos
trémulas
mergulhadas na dor
suspensas no
transatlântico de cartão,
havia palavras na
tua face esbranquiçada
palavras que de nada
me servem
porque... porque o
sofrimento é uma calçada
porque o sofrimento
é um rio sem nome,
prometeste-me uma
jangada de saudade...
e o teu corpo parece
desfazer-se em pequenas migalhas de suor
há uma livro para
ler...
há um livro para
escrever,
prometeste-me uma
jangada de saudade...
e apenas tenho o teu
rosto envelhecido
distante
desorientado...
como eu
perdidos na sanzala
do Adeus!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 3 de
Outubro de 2014
Sem comentários:
Enviar um comentário