Inventei-te numa
noite de solidão,
escrevi o teu nome
fictício numa muralha de xisto
que a tempestade
tombou,
havia no teu olhar
socalcos cansados
e vinhedos
sombreados
de... paixão...
Havia na tua mão
uma carta por
escrever,
e lá dentro...
um beijo,
um beijo desenhado
no meu sorriso
com lágrimas de
sofrer,
Inventei-te numa
noite de solidão,
abri os cortinados e
olhámos as estrelas de papel crepe...
havia luar nos teus
cabelos
e neblina cinzenta
nas tuas pálpebras de adormecidos rochedos,
e quando me
abraçaste... a cidade morreu,
como morreram todas
as cidades onde habitámos,
hoje, somos dois
esqueletos vadios...
vagueando pela
embriagada poesia de um louco,
dois pássaros sem
árvores para poisar...
hoje, somos dois
esqueletos vadios... sem Oceano para navegar,
e esperamos,
impacientemente que
acorde a madrugada.
(e hoje... nada me
apetece escrever...)
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 3 de
Dezembro de 2014