Sinto as tuas mãos
meu marinheiro
iletrado
ensanguentadas
poisadas nos meus
ombros de xisto
o rio se entranha
nas minhas veias
no meu peito
socalcos se embriagam
e sentem
o peso da despedida,
a lentidão da
esperança
mergulhada no lixo
poético do meu cansaço
e há mulheres tão
lindas... esperando um abraço,
e há mulheres tão
lindas... esperando um beijo
e sinto
as tuas mãos meu
marinheiro iletrado
quando as candeias
da saudade acordam
e fingem
que hoje é dia dos
tentáculos de sal
das palavras
enxertadas de insónia
e meu querido...
as minhas palavras
são a febre que alimentam as hélices do corpo em cio
e do clitóris da
estória...
sinto as tuas
mãos...
meu querido!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 30 de
Novembro de 2014