As migalhas do teu
suor
quando há nuvens
com fome
e esqueletos sem
nome...
os tentáculos da
tua dor
mergulhados na
calçada do Adeus
há uma rosa
há uma flor
que a noite alimenta
e não quer
na lareira da
solidão
mas só as estrelas
conseguem
desenhar na tua mão,
há uma paisagem sem
amor
no sorriso de um
caixão
há jardins
embriagados esquecidos na escuridão
as migalhas do teu
suor
quando há nuvens
com fome
e esqueletos sem
nome...
há ossos de papel
voando na madrugada
que só o amanhecer
consegue parar
há barcos infelizes
e há barcos
apaixonados...
mas as migalhas do
teu suor
são os alicerces da
cidade dos pássaros aprisionados.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 6 de
Dezembro de 2014