Arcaico silêncio
que finge adormecer nas minhas mãos
saboreiam o teu
corpo pincelado de luz
como a névoa
pálpebra de papel voando sob o púbis da madrugada
a mendicidade dos
teus lábios quando o meu espelho se parte em teu sorriso
o verme poema
enrolado nos teus seios...
em curvilíneos
cansaços
traçando lágrimas
de sémen no triângulo nocturno da insónia
da janela... o teu
perfume em pequeníssimas lâminas de suor,
Uma equação de
amor morre na quadriculada folha embriagada,
Arcaico silêncio
que finge...
minhas mãos
indiferentes à parábola do teu cabelo
se existes... é
porque pertences às telas invisíveis do amanhecer
como andorinhas
ancoradas às cordas da solidão
que ardem
e se evaporam...
Uma equação de
amor morre na quadriculada folha embriagada,
E tu não percebes
que há na matemática a paixão secreta do desejo
que na ardósia
tarde junto ao rio
o teu corpo
pertence-me na plenitude simetria de uma canção
que te revoltas
nos meus braços
como uma criança em
distantes birras...
desenhando círculos
na areia
ou... ou escrevendo
sílabas numa rua sem saída.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 1 de
Dezembro de 2014