Não sei porque
chora,
este granito das
arcadas em flor,
porque se cansa esta
cidade...
porque morre este
amor,
se a noite não vai
acordar,
e a tarde,
e a tarde teima a
alicerçar-se nos lábios da dor,
não sei porque
chora,
este granito sem
cor,
que no cansaço
mora,
que dos abraços
inventa as palavras de amar,
quando se dissipa no
teu corpo o silêncio grito...
não sei porque
chora,
este granito em teu
olhar,
esse corpo
fervilhando em desejo,
não o sei, agora,
se esse granito é
luar...
ou... ou se é um
beijo,
não o sei...
porque chora este
granito das arcadas,
em flor semeados os
seios da alvorada,
este granito das
madrugadas,
que um dia desenhei,
e hoje, e hoje não
é nada.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 30 de
Julho de 2014