Feliz aquele que tem
alguém para amar,
feliz aquele que tem
um livro para ler,
escrever, tão
feliz... tão feliz aquele que sente a noite adormecer,
adormecer... nos
braços do luar,
Feliz aquele que tem
lábios para beijar,
que habita numa boca
com sorriso de amor,
feliz aquele que
inventa cabelos na planície do amanhecer,
e sem querer... e
sem querer começa a chorar,
Felizes os barcos
que têm marinheiros de papel,
corpos nus, corpos
com sabor a mel...
feliz aquele que tem
seios para pintar,
segredos para
desvendar, quando o calendário da solidão... desaparece no mar,
feliz, eu?
talvez venha um dia
a acreditar,
que há sanzalas com
odor a chocolate,
que existem nuvens
plantadas nos socalcos das coxas cinzentas dos pinheiros bravios...
feliz aquele que
morre sem o perceber,
feliz..., tão
felizes os cigarros de fumar,
tão felizes os
cigarros de viver,
… quando há uma
mulher embrulhada numa folha amarrotada,
Feliz aquele que tem
alguém para amar,
feliz aquele que tem
um livro para ler,
feliz..., tão feliz
aquele que tem um poema a crescer...
a crescer... no
verbo desejar.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 27 de Julho
de 2014