O amor,
movimento circular
uniformemente acelerado,
dois corpos
prisioneiros no espaço,
três pontos os
absorve,
o desejo,
o beijo...
e o abraço,
o amor,
o rio que corre para
o mar...
e não mais vai
regressar,
o silêncio
impregnado nos lábios da madrugada,
o amor,
O amor desgovernado,
sem cais para
aportar...
o amor de amar...
o amor, o amor
submerso num triste olhar,
Entrelaçadas mãos,
numa cama deitadas,
o amor quando de um
espelho ressaltam os pigmentos do amanhecer,
a janela encurralada
na floresta,
o amor,
o amor verdadeiro, o
amor... o amor sem se ver,
(o amor,
movimento circular
uniformemente acelerado,
dois corpos
prisioneiros no espaço,
três pontos os
absorve,
o desejo,
o beijo...
e o abraço,
o amor)
O amor vestido de
saudade,
o amor pintado numa
parede invisível, o amor... o amor sem tempo para pensar,
as estrelas, o luar,
o amor... o amor das palavras quando um túnel de vento se esquece de
acordar,
o amor,
duas mãos
entrelaçadas,
milhares de dedos
encostados à tua pele bronzeada,
o amor, o amor de
uma caravela,
correndo,
correndo... correndo no pulso de uma sanzala...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 18 de
Julho de 2014