sexta-feira, 18 de julho de 2014

Dois corpos prisioneiros no espaço


O amor,
movimento circular uniformemente acelerado,
dois corpos prisioneiros no espaço,
três pontos os absorve,
o desejo,
o beijo...
e o abraço,
o amor,
o rio que corre para o mar...
e não mais vai regressar,
o silêncio impregnado nos lábios da madrugada,
o amor,

O amor desgovernado,
sem cais para aportar...
o amor de amar...
o amor, o amor submerso num triste olhar,

Entrelaçadas mãos,
numa cama deitadas,
o amor quando de um espelho ressaltam os pigmentos do amanhecer,
a janela encurralada na floresta,
o amor,
o amor verdadeiro, o amor... o amor sem se ver,

(o amor,
movimento circular uniformemente acelerado,
dois corpos prisioneiros no espaço,
três pontos os absorve,
o desejo,
o beijo...
e o abraço,
o amor)

O amor vestido de saudade,
o amor pintado numa parede invisível, o amor... o amor sem tempo para pensar,
as estrelas, o luar, o amor... o amor das palavras quando um túnel de vento se esquece de acordar,
o amor,
duas mãos entrelaçadas,
milhares de dedos encostados à tua pele bronzeada,
o amor, o amor de uma caravela,
correndo, correndo... correndo no pulso de uma sanzala...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 18 de Julho de 2014

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