A
velha estrada em direcção à morte,
Os
plátanos das tuas pálpebras,
Cansados,
Tristes,
Revoltados
de tanta geada
E
tempestades de noite,
Inventas
o sono
Nas
paredes escuras do sofrimento,
Dormes,
Habitas
neste cubículo como se fosses uma sombra envenenada pelo silêncio,
Lá
fora,
Pássaros
à tua espera,
E
da velha estrada
Chegam
a ti os Oceanos de prata
Que
ofuscam o teu olhar,
Um
soldado perde-se nas margens do Tejo,
O
caderno acorrentado à mão
Vagueia
sobre os cinzentos espelhos da dor,
E
todas as palavras voam sobre os esqueletos de papel
Que
brincam no teu peito,
A
janela do teu quarto encerrada,
A
porta dos vinhedos descendo o Douro,
Também
ela…
Encerrada,
Não
há um número nos seus braços,
Incógnitas
manhãs sobre um lençol de linho,
As
flores queixam-se da tua alegria,
Cessou,
Como
cessaram as pontes para a outra margem…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
21 de Julho de 2015