Subo
vertiginosamente as escadas da saudade.
Pego
na tua fotografia, recordas-me um sorriso de nylon.
Amanhã,
vou partir para o infinito amanhecer.
Sem
perceber,
Que
dentro da saudade,
Habita
o beijo.
Abraço-te
no invisível tempo,
Como
uma barcaça desnorteada junto ao cais.
Finjo.
Minto.
Escrevo-te,
sabendo que nunca me vais ler…
Porque
os esqueletos não lêem…
Nem
choram.
Subo
vertiginosamente as escadas da saudade.
Sento-me
no teu colo,
Preciso
dos teus mimos,
Preciso
de tocar nas tuas mãos…
Enquanto
seguras religiosamente o terço da esperança.
Não
vou dormir,
Enquanto,
lá fora, chove.
Tenho
medo da chuva.
Tenho
medo da claridade,
E
só a noite,
Consegue
alimentar estas tristes paredes de alvenaria…
Grito.
Ouves-me?
Não.
Não
me ouves.
E
eu oiço os teus gemidos esquecidos num quarto de hospital,
Oiço
o cansaço da tua voz…
Que
me dia;
Amo-te,
meu querido.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
28/11/2019