Tenho
saudades das tuas mãos poisadas no meu rosto,
Quando
ao longe, um rio encurvado, dormia na sombra da montanha.
Tenho
saudades do teu cabelo, como pingos de chuva, aos poucos, voando pelo jardim.
Tenho
saudades do teu olhar, pela manhã, se impregnava no meu olhar.
Tenho
saudades do teu sorriso,
E
das flores do teu sorriso.
Tenho
saudades da tua sombra,
Do
teu perfume,
E
das janelas coloridas que desenhavas no meu berço.
Tenho
saudades do mar,
E
dos barcos brincando no mar.
Tenho
saudades de uma Luanda quando eu suspenso na tua mão…
Me
recusava a caminhar.
Tenho
saudades da escuridão,
Da
noite,
E
da tua canção.
Tenho
saudades dos teus papagaios em papel, colorido, como o arco-íris.
Tenho
saudades da claridade,
Dos
rabiscos que eu fazia nas paredes da nossa casa,
E
das mangueiras abraçadas a mim.
Tenho
saudades dos aviões,
Dos
gelados no Baleizão…
E
de outras ocasiões.
Tenho
saudades do circo,
Dos
palhaços,
E
dos trapezistas disfarçados de palhaços.
Tenho
saudades, muitas, de ti, minha querida.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
21/11/2019
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