(para os meus pais)
O “foda-se”
triplicado na equação do Adeus
a morte
o corpo evapora-se e
viaja em direcção a um punhado de fotografias a preto e branco
a roldana da insónia
range
gritaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa..................................
não posso mais
estou mergulhado no
teu sorriso como um pêndulo sem alicerce
embriago-me nas tuas
pérolas falsificadas
olho-me no
espelho... pareço um falhado construído de cartão
sem coração
em revolução...
apetece-me matar
todas as flores do teu jardim
aprisionar os
pássaros dos teus sonhos...
não posso mais com
rostos transformados em nada
corpos cadentes
e lágrimas
o “foda-se”
triplicado na equação do Adeus
a morte
o corpo vacila no
sentido descendente da impaciência
penso
escrevo...
nada... apenas
“merda”
e
e complicadas
matrizes melódicas
a fome que não é
fome...
e quando apareço
nos seus cabelos...
ela me inventa
equações sem resolução
os anais
sem personagens
vestidas de marinheiro desempregado
o estranho
a pintura de engano
das tuas veis desalojadas do Sol
e desengano-me a
cada pedra de xadrez...
(não sou eu...)
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 21 de
Novembro de 2014