No
futuro, amar-te-ei?
Escrevo-o
no teu corpo de incenso.
A
escravidão de amar.
STOP.
A
carta que nunca recebi,
As
palavras tontas, esfomeadas, que enviaste da cidade,
As
ruas íngremes, sonolentas e cansadas…
Como
eu, o assalariado poeta das noites perdidas,
Sentir
no corpo o peso da tua sombra,
Quando
descem sobre mim os candeeiros a petróleo,
Imaginados
pela loucura,
Numa
tarde de Primavera.
A
morte.
A
sorte de morrer, sem o sentir,
Sentir
a morte, sem morrer,
Nos
livros,
E,
palavras.
O
fim.
No
futuro, amar-te-ei?
Escrevo-o
no teu corpo de incenso,
O
lanche envenenado pela solidão,
O
pão,
O
sorriso do teu cabelo,
Nos
jardins de Belém…
A
partida.
Para
sempre; a morte, da morte…
Na
morte.
E,
as palavras.
As
palavras da morte.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
17 de Março de 2019