Desintegro-me na
desilusão das imagens adormecidas
pareço um velho
palhaço gritando para a multidão
palavras
e canções
e noites perdidas,
Viagens enigmáticas
com odor a madrugada
rios embriagados
correndo nas minhas veias
dilatadas
tristes
tristes como as
lágrimas da calçada,
Desintegro-me sem o
saber
enquanto sonho nas
planícies lunares
desintegro-me
lentamente como o vento nas tardes de liberdade
recebo uma carta...
lá dentro habita a saudade...
e desintegro-me nas
palavras por escrever,
As rosas que
disparam sorrisos encarnados
o oceano levitando
nas mãos de alguém que é amado
o barco do desejo...
navegando
navegando nos
cortinados da mentira...
e desintegro-me nos
planaltos prateados,
Há no teu olhar
rochedos vadios comendo mendigos engravatados
das tuas pálpebras
ancoradas
despem-se os seios
da manhã sem despertador
maldito relógio que
nunca morre...
e todas as luzes
poisam nos ombros dos alegres desgovernados...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 20 de
Novembro de 2014
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