vendem-se falsos
sorrisos
conquistam-se
corações de espuma
que se embrulham em
impregnados livros com sabor a solidão
escrevem-se falsas
palavras
no corpo da insónia
desenham-se círculos
nos seios da madrugada
choram as meninas do
amanhecer
há rosas
envenenadas
há rosas com
vontade de morrer...
vendem-se falsos
rios e falsas caravelas
vendem-se cidades de
vidro
com ruas de
porcelana
e corpos de nada
e corpos... e corpos
de néon marinheiro
nos seios da
madrugada.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 17 de Maio
de 2014