quarta-feira, 14 de maio de 2014

O medo inventa-se em mim


O medo inventa-se em mim,
cresce,
e sorri,
o medo aprisiona-me como aprisiona o paquete mergulhado em nuvens de dor...
o medo é assim,
o medo inventa-se,
e,
e espera pelo regresso da noite para adormecer no meu corpo,

Hoje, hoje não sinto a falta de um abraço,
um beijo,
ou... ou de uma simples carícia,

Hoje, hoje tenho medo,
medo do regresso do medo,
medo das tempestades de areia branca,

O medo inventa-se em mim,
vive como um crustáceo nas rochas da insónia,
caminha,
corre no corredor do amanhecer,
saltita nas janelas da madrugada,
o medo inventa-se,
e... e aparece num esqueleto de vidro mendigando na cidade dos sonhos,
e hoje, hoje não um abraça, e hoje, hoje não um beijo... hoje tenho medo...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 14 de Maio de 2014

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