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sábado, 17 de maio de 2014

falsos sorrisos


vendem-se falsos sorrisos
conquistam-se corações de espuma
que se embrulham em impregnados livros com sabor a solidão
escrevem-se falsas palavras
no corpo da insónia

desenham-se círculos nos seios da madrugada
choram as meninas do amanhecer
há rosas envenenadas
há rosas com vontade de morrer...
vendem-se falsos rios e falsas caravelas

vendem-se cidades de vidro
com ruas de porcelana
e corpos de nada
e corpos... e corpos de néon marinheiro
nos seios da madrugada.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 17 de Maio de 2014

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

segredo

foto de: A&M ART and Photos

o segredo transversal das caravelas de nariz curto
ouve-se dentro dos círculos verdes nos desejos andaimes das gaivotas embriagadas...
temos medo do segredo
medo que habitem na vizinha lareira os torneados espantalhos de pedra
o segredo existe
e vive
e dorme...
dorme docemente nas veredas nuvens da sinceridade...
o corpo em segredo estremece
tomba como sonâmbulos ouriços vomitando castanhas
vozes
e palavras em segredo
e palavras
palavras... em medo
o segredo segreda-nos os uivos do desejo poema entrelaçado na alvorada manhã...
escrevem-se as palavras no corpo
(o tal corpo em segredo)
sente-se o medo
e senta-se o medo nas cadeiras de praia sobre a branca areia do Mussulo...
sei que não percebes as minhas palavras de medo
como as outras
as palavras em segredo...


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 3 de Dezembro de 2013