Beijos
Enamoradas
tertúlias
Nas
mãos de uma andorinha
Os
lábios da madrugada
Voando
sobre o infinito adeus
A
liberdade conquistada
Do
vento
No
meu cabelo
Branco
Ou
Cinzento
Os
beijos
Nos
beijos
Das
tílias
E
dos amarelos muros da insónia
Uma
calçada em desespero
Um
rio acabado de suicidar-se
Contra
os rochedos da infância
O
cais
O
menino que acena ao barco de papel
Com
janela de luz
As
cordas que aprisionam o barco
Laças
Murchas
Sem
força para atravessarem a ponte
E
o marinheiro enrugado
Bebendo
shots de uísque
E
fumando cigarros
O
carteiro envenenado
Pelas
falsas cartas de amor
Pelos
falsos corações
E
do perfume
As
algemas do silêncio
O
medo
Amar
Não
amar
Morrer
Ou…
Morrer
Sem
ser amado
O
enforcado transeunte adormecido na escuridão do teu corpo
A
tertúlia dançando dentro do teu ventre
Em
aventuras
Loucas
Como
as insignificantes armadilhas do sonho
Acordar
E
Nada
Ninguém
Ou
Ou
alguém
Recordando
as tardes junto ao Tejo
(Beijos
Enamoradas
tertúlias
Nas
mãos de uma andorinha)
O
embriagado soldado
Cambaleando
contra as tristes avenidas do sofrimento
Sinto-o
Ainda
Ao
deitar
Não
me ouves meu amor
Nem
sequer sei o teu nome
Nem
se és de vidro
Madeira
Sombra
Verniz
Ou
Nada
Ninguém
Apenas
uma imagem
Acorrentada
aos sais de prata
E
amanhã… e amanhã saberei quem és…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
7 de Abril de 2015