Este
beijo de pérola adormecida
Fingindo
habitar numa ilha
Os
lábios cessam nos murais do sofrimento
O
silêncio agarra-se aos tentáculos do desejo
As
imagens da escuridão
Desenhadas
nas minhas mãos
O
vulcão da insónia
Não
regressando mais
Como
uma folha
Caída
do habitáculo tridimensional
A
parede perfeita
Escrita
entre o orgasmo inventado
E
o poema perdido
Esquecido
nos teus seios geométricos
Quando
da ardósia
Um
círculo de nada
Morre
E
fala
As
palavras amadurecidas
Sem
nome
Sem
medida
O
derramado húmus da tristeza
Quando
o sémen de prata
Invade
a melancolia
Nasce
o dia
Cresce
nas tuas coxas de silício
A
penumbra pintura do adeus
Enigmático
Dizem
elas quando lêem na minha algibeira sem profissão
O
significado do amor
Apaixonado
Não
A
bala de sabão contra a minha camisola
A
gripe
O
profanar
Das
flores de papel
Que
o texto ilumina
Ele
é louco
(Dizem
elas quando lêem na minha algibeira sem profissão)
Tristes
Meu
amor
As
canções abraçado a ti
Os
poemas escritos nos lençóis humedecidos
A
chuva alimenta o teu cadáver
O
teu corpo escondido no meu coração
Os
teus uivos
As
tuas raras mãos
Abraçando-me
Alimentando-me
Como
Deus
Ao
deitar
Meu
amor
Sem
palavras
Sem
livros
Sabes
que morro
Sabes
que grito
A
viagem
O
não regressar aos teus ombros
Não
amar-te
Quando
te amo
O
medo
Da
fala
Dos
cigarros.
A
alma
Minha
Penhorada
por um quarto de pensão
A
queca química
Entre
dois ponteiros do relógio do avô
Tão
bom
Meu
amor
Tão
bom
Meu
amor.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
29 de Março de 2015