quarta-feira, 25 de março de 2015

O exílio disfarçado de madrugada, alguns papeis, livros poucos, um retracto do meu avô e… e nada mais do que isso, Margarida chorava com a minha partida, eu, finalmente em liberdade,
Os panos,
Os cortinados envernizados de saudade
Pai, regressaste?
Não, filho!
A morte não tem regresso, os cortinados envernizados de saudade, a manhã despedia-se do paquete que me transportaria
Para o inferno,
Que me transportaria para o infinito beijo do capim, sonhava com lobos, coelhos e cobras
Cobras?
Serpentes engasgadas pela ventilação mecânica dos fósforos sem memória, esquecem-se dos cigarros sobre a lápide, a fotografia, e
Não, filho!
Para o inferno…
 
 
(ficção)
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 25 de Março de 2015


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