Adormecido
nas ostras marés da serpente de prata, para o inferno…
E,
Não,
filho!
A
guerra foi perder tempo, corpos, estórias e memórias, o meu melhor amigo
Morto!
O
caixão entre quatro tábuas de sofrimento, a algazarra da embriaguez ouvia-se
nos poemas em círculo, a fogueira incendiava a paixão,
Dispo-me?
Não,
filho!
Promessas,
Dispo-me,
olho-me no espelho do enterro, ele
Não,
Ele
de espingarda ao ombro, imaginava-se um soldado de chocolate, sentia dentro do
seu peito cada disparo, cada dor, cada…
Fugiu!
Ontem,
ao final da tarde, a viagem até ao ninho das cegonhas negras, descia a noite
sobre o capim dos beijos analógicos,
Na
parede,
Fugiu…
Os
ponteiros mergulhados numa poça de sangue, a lápide esperava-o na aldeia, o meu
pai
Coitado,
Sentado
numa cadeira a vender seguros de vida, falsos, claro
O
telegrama,
Morto
em combate,
Claro,
amanhecia e ele sentia-se um peixe perdido nos fósforos do desejo, e a morte
mesmo ao seu lado…
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha - Alijó
Sexta-feira,
27 de Março de 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário