(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
não inventes nomes
detesto nomes
ruas
e cidades
das palavras
os orgasmos sentidos
dos livros
as palavras dos
orgasmos sentidos...
o silêncio
a morte envergonhada
à minha porta
sem prazer
crescer
voar sobre os
telhados desanimados
tristes
e... e cansados
não inventes nomes
moradas
idade
sexo
para quê?
quando há na
madrugada uma mistura gasosa de sílabas e vogais enlouquecidas
fumadas
e... e sentidas
as palavras
que inventas
e comes
em cada alvorada
sofrida...
não inventes
imagens de verniz
que a chuva absorve
em cada tempestade
trazida
por um homem
louco
ou... partida
ou apátrida loucura
do homem em cada tempestade... trazida.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 1 de Março
de 2015